O Jardim Público da Covilhã foi o palco onde os trabalhadores expuseram os seus problemas
Tribunal de Opinião Pública
Estado e empresas sentenciados



Carla Loureiro
NC/Urbi et Orbi


O Estado português e um conjunto de empresas são os principais arguidos do Tribunal de Opinião Pública, realizado na última terça feira, 3, no Jardim Público da cidade. O veredicto dos "juízes", mediante os testemunhos apresentados na audiência, é unânime: culpado.
A acusação, constituida por trabalhadores das delegações regionais de Castelo Branco do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgica e Metalomecânica dos Distritos de Lisboa, Santarém e Castelo Branco, da Administração Local, Rodoviários do Centro, Mineiros Portugueses, entre muitos outros, é representada pela União de Sindicatos de Castelo Branco (USCB). A António Manuel, da USCB coube o papel de "advogado" de acusação, atribuindo ao Governo PSD/PP a responsabilidade "pelo encerramento de empresas industriais, de serviços e agrícolas e pelo aumento do desemprego na região". O Sindicato Têxtil da Beira Baixa (STBB) foi o primeiro a subir à tribuna e a denunciar o patronato e as empresas. "O sector têxtil é aquele onde se ganha menos no distrito, onde a repressão aos trabalhadores é maior", acusa o STBB. A estrutura sindical reclama, por isso, a implementação urgente de um plano de emergência para o distrito, sob pena de a situação social, consequência da perda de postos de trabalho e encerramento de empresas, se tornar cada vez mais insustentável.
Os testemunhos acusatórios continuam com a divulgação de uma lista de unidades fabris que reduziram significativamente o número de empregados. A Nova Penteação, que de 770 passou para 460 trabalhadores e a Carveste, que de 640 funcionários reduziu para 400, são os exemplos mais "alarmantes".
Sem testemunhos abonatórios, o Estado e empresas, que desde o ínicio tinham a sentença lida, continuaram a ser o alvo das acusações. "Este ano o Governo criou todas as condições para a deslocalização de empresas. Estas estão na vanguarda da violação dos trabalhadores, em especila dos sindicalizados", refere o Sindicato Têxtil. Ensombrados pela "incerteza que paira no futuro de mais empresas", os constituintes do Tribunal de Opinião Pública só vêm uma solução: "continuar a luta".