No próximo ano e meio, a Carveste vai ter uma administração transitória

Da reunião de credores da empresa Carveste, em Caria, resultou a aprovação de um plano de gestão controlada. O encontro teve lugar no passado dia 6 de Junho, data em que Vítor Simões, administrador judicial da empresa anunciou que esta medida vai ser aplicada já no próximo ano.
Este plano teve a aprovação de 72 por cento dos credores, contado-se neste grupo, a Segurança Social e o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (IAPMEI). Os representantes da banca que tomaram assento nesta mesa, também votaram favoravelmente a implementação desta medida. O perdão de 70 por cento dos oito milhões de euros de dívidas e a regularização das restantes num prazo de 15 anos, são os passos mais importantes deste plano. No próximo ano e meio, a Carveste vai ter uma administração transitória. Na gerência da empresa vão estar quadros da própria, o actual gerente, Francisco Cabral e ainda um órgão de fiscalização composto por credores.
O administrador judicial, Vítor Santos, refere ainda que esta medida visa a "flexibilização da estrutura da empresa", nomeadamente com a redução do capital social, de cinco milhões de euros para 700 mil euros. Esta acção vai permitir uma maior abertura aos investimentos externos, garante Simões. O administrador judicial prevê ainda a transformação da Carveste em sociedade anónima.
Com a aprovação favorável deste plano, a empresa pode agora aderir ao Programa de Formação de Trabalhadores "FACE", que está já a ser aplicado na Nova Penteação, na Covilhã. Isto porque "a segurança social emitirá uma declaração de dívidas regularizadas", explica Vítor Simões, "o que nos permite integrar o programa", concluí. Esta acção vai decorrer durante um período de quatro meses e deverá envolver 260 trabalhadores, de entre os 403 que actualmente laboram na empresa.