A Covilhã poderá ficar para trás no processo de modernização ferroviária
Linha da Beira Baixa
"Devemos actuar do ponto de vista político"

A Assembleia Municipal aprovou uma moção onde se exige a electrificação da linha ferroviária entre Covilhã e Castelo Branco. Carlos Pinto, presidente da Câmara considera que para conseguir uma resolução do problema "a união de esforços é fundamental".


Por Catarina Rodrigues


"Há uma ausência completa de política de transportes ferroviários. Só isso explica os erros crassos que se têm cometido no nosso País". A palavras são do presidente da Câmara da Covilhã relativamente ao facto da electrificação da linha da Beira Baixa chegar somente até Castelo Branco. O autarca voltou a anunciar o seu descontentamento face a esta matéria na última reunião da Assembleia Municipal realizada na sexta feira,27.
Carlos Pinto não aceita que a Covilhã fique de fora da intervenção que está a ser realizada. "Gastaram-se milhões contos na criação dos chamados comboios pendulares, no metro do Porto e na estação do Terreiro do Paço", sublinha, acrescentando que "ao mesmo tempo é esquecida uma estrutura fundamental para o País".
O edil covilhanense recorda que se uma catástrofe acontece na linha da Beira Alta a única alternativa para entrar no País é a linha da Beira Baixa. "Não podemos por isso ter uma linha estratégica e de opção onde se circula a 20 quilómetros hora", frisa Pinto.
Para o responsável autárquico está em causa não só o interesse regional mas também o nacional e sublinha que "as preocupações dos sucessivos Governos são só com Lisboa a Porto".
"A linha da Beira Baixa está abandonada", diz o presidente da autarquia, para quem o troço Castelo Branco- Covilhã- Guarda constitui o caso mais grave. "Devemos actuar do ponto de vista político", afirma o edil preocupado com o facto da situação não ser resolvida até 2006. "Já devíamos estar a falar de ramais e discutimos agora a estrutura fundamental", lamenta. Para Carlos Pinto a união de esforços é imprescindível. "População, movimentos associativos e núcleos empresarias têm que ser mais interventivos", remata.
Na reunião da Assembleia Municipal foi aprovada por unanimidade uma moção que resultou de um documento apresentado pela CDU e de um outro apresentado pelo PSD. Ambos os documentos consideram que a electrificação da linha é um projecto estratégico e que a cidade da Covilhã não pode ficar de fora. Face aos vários pontos em comum das duas moções, os partidos concordam em harmonizar os documentos e apresentar uma só que será enviada ao Governo.


Inquérito
Covilhã fora da electrificação
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