Alexandre S. Silva
NC/Urbi et Orbi


Rute, capitã das "Estrelas do Zêzere", recebe o troféu relativo ao Campeonato Distrital das mãos de Carlos Xistra

O futsal feminino vai continuar na Boidobra. Apesar da saída em definitivo do treinador José Luís, ao fim de quatro temporadas, e da crise directiva que o clube atravessa - recorde-se que o Estrela do Zêzere é gerido por uma Comissão Administrativa - António Manuel Pereira, líder do clube, admite ficar mais um ano "para não deixar morrer a modalidade". O anúncio foi feito na última quinta-feira, 26 de Junho, na entrega da Taça de Campeãs Distritais às atletas da Boidobra.
Pelo quarto ano consecutivo, o clube conquistou o Campeonato Distrital e apurou-se para a Taça Nacional, onde foi eliminada nas meias-finais pelo conjunto do Desportivo de Chaves. Uma derrota "ingrata" segundo o agora ex-técnico José Luís. "A equipa da Boidobra foi sempre superior e merecia ter ido à final depois da época brilhante que fez até então", queixa-se. O treinador que nas últimas quatro épocas orientou a equipa e que em 2001 chegou mesmo à final da Taça Nacional, onde foi derrotada pelas lisboetas do "Del Negro", vai agora dirigir em exclusivo o departamento de Futsal da Desportiva do Fundão. Clube que, paralelamente ao Estrela do Zêzere, já orientou na última temporada.
A sua saída do clube covilhanense diz, "é o fecho de um ciclo brilhante e nada tem a ver com conflitos com a Direcção". O projecto da Desportiva para o futsal, assegura o técnico, "é ambicioso e muito exigente, não deixando espaço para me dedicar a mais nada".
As "Estrelas do Zêzere ficam assim, temporariamente, sem equipa técnica, mas José Luís está confiante em novos triunfos das "suas meninas" na próxima temporada: "É uma equipa fantástica com jogadoras de grande qualidade e quem vier orientá-las não terá grandes dificuldades".

"Pavilhão na Boidobra é fundamental"

Mais uma vez, a construção de um pavilhão gimnodesportivo na Boidobra esteve na ordem do dia. Os responsáveis do clube, bem como o presidente da Junta de Freguesia, José Pinto, aproveitaram a presença do vereador com o pelouro do Desporto na Câmara da Covilhã, Joaquim Matias, para reivindicarem a infra-estrutura. O autarca reconhece a necessidade de um polidesportivo na freguesia, e revela que "a autarquia está atenta e já começou a trabalhar nesse processo". Os tempos de contenção financeira não permitem arrancar já com os trabalhos, mas o autarca assegura que "a Boidobra vai ter o seu pavilhão a médio ou longo prazo".
No que diz respeito à crise directiva que afecta o clube, Matias está confiante que seja ultrapassada e acredita na continuidade de António Manuel Pereira. Por isso, e para ajudar a colectividade a superar as dificuldades e a assegurar a equipa de futsal feminino para o próximo ano, o vereador entregou ao presidente da Comissão Administrativa um cheque no valor de dois mil e 500 euros.



Repensar a estrutura do Nacional



"É preciso repensar toda a estrutura do Nacional de futsal feminino". Carlos Xistra, vice-presidente da Associação de Futebol de Castelo Branco não concorda com o actual modelo em que na mesma temporada as equipas competem no respectivo distrital apurando-se depois para uma Taça Nacional disputada por eliminatórias. "Não faz sentido porque tira competitividade a uma modalidade para a qual já é difícil atrair atletas e público".
Segundo o dirigente da AFCB o ideal era existir um Campeonato Nacional para onde são promovidas as equipas que vencem os distritais à semelhança do que acontece com o futsal masculino. Esta, afirma, "é uma luta que a Associação de Futebol Distrital pretende levar até ao fim". Mas, conclui, "Roma e Pavia não se fizeram num dia".