Andreia Reis
NC/Urbi et Orbi



"Isto é um dia de festa, mas também de canseira para nós". Quem o diz é Rafael Vicente Pardal, presidente do Grupo Recreativo Vitória de Santo António (GRVSA) acerca do 8º Encontro Nacional de Folclore. Trata-se de uma iniciativa promovida pelo GRVSA, que já tem vindo a ser feita há algum tempo e que consiste em convidar ranchos folclóricos de outras zonas do País para um desfile pelas ruas e, posteriormente, a sua actuação. "Já fazemos folclore há mais de 30 anos, mas a sério e que se possa chamar de encontro, é a oitava vez", explica o presidente.
Todos os anos, a direcção tenta trazer a este tipo de iniciativa novos grupos folclóricos. No sábado, 5, o Encontro contou com a presença do Grupo Folclórico de Tregosa (Barcelos), As Moleirinhas de Marinhas (Esposende), o Rancho Folclórico Flor do Alto Alentejo (Évora), o Grupo de Danças e Cantares Tradicionais de Rio Meão (Sta. Maria da Feira) e finalmente, o Rancho Folclórico de Torredeita (Viseu).
A ideia de fazer uma reunião de ranchos folclóricos desta envergadura surgiu "para mostrar às pessoas que um encontro folclórico também faz parte da cultura dos povos", confessa o presidente da direcção. Daí haver uma interacção entre as vilas e cidades visitantes e a Covilhã. "Hoje vêm eles cá, amanhã somos nós a ir lá", sustenta.
Com este Encontro Nacional de Folclore, a direcção pretende "levar os cantares e os dançares até onde for possível". E segundo Rafael Pardal, "isto só tem sido possível com a ajuda da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia".
Para o presidente, "o desfile é uma das coisas mais bonitas que se deve ver". Porém, "a população não adere tanto ao desfile, mas mais ao próprio encontro folclórico".
Com uma tradição que se mantém já há anos, como revela Rafael Pardal, a população jovem também pertence a estes grupos. "Posso dizer que no nosso rancho, metade das pessoas são jovens" e inclusivé, "10 são estudantes universitários naturais da Covilhã", considera.
Cristina Lopes tem 15 anos e faz parte do GRVSA há cinco anos. Sendo já a 5ª vez que participa nestes eventos, a jovem garante: "Sempre que puder, participarei nisto porque é uma coisa que gosto muito de fazer".
Quem também pertence ao grupo há cinco anos é Álvaro Jesus Moreira, 29 anos. "Tive a oportunidade de participar em todos os encontros e ver que muitos jovens aderem ao ranchos é muito bom".

 



Uma sede à espera de ser concluída



O projecto de uma nova sede para o Grupo Folclórico Vitória de Santo António já foi aprovado há algum tempo. No entanto, apesar da Câmara Municipal, ter oferecido o terreno, ter pago o projecto e ter contribuído com cerca de 100 mil euros, a obra está parada por falta de verbas desde o final do ano.
Apesar da actual situação, o presidente da direcção do Grupo Recreativo do Vitória de Santo António promete que o novo artefacto estará pronto para meados do próximo ano. "Nós queremos que para o ano seja a inauguração da sede", diz Rafael Pardal.
O empreendimento será apresentado na Direcção Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano (DGOT) e, segundo Rafael Pardal, "se o projecto for realmente aprovado, é uma grande ajuda que temos e é possível que a sede continue".
A delineação de uma nova sede do GRVSA conta com um salão polivalente para festas com um bar decorativo no primeiro andar e com um salão principal, um bar com miradouro, uma sala de direcção e salão de jogos no segundo. Finalmente, o terceiro andar, que será de aproveitamento para o rancho folclórico, para as marchas populares e também para o desporto, terá ainda uma sala de arrumos.
Centrado agora na casa dos 400 mil euros, Rafael Pardal confessou ainda que o projecto está agora na Associação de Desenvolvimento Rural (RUDE). "Numa fase já mais avançada do projecto, receberemos da RUDE cerca de 37 mil e 500 euros", revela.
Depois de concluída, o presidente da direcção confessa que "a nova sede será um sonho tornado realidade para nós". Acrescenta que o projecto "atrairá mais pessoas para o rancho e para outras actividades".