Andreia Reis
NC / Urbi et Orbi


A esquadra da PSP da Covilhã chegou a integrar a lista negra da Inspecção Geral da Administração Interna

As instalações da Polícia de Segurança Pública (PSP) de Castelo Branco, Guarda e Covilhã "estão ultrapassadas e degradadas". Quem o diz é Leonel Silva, do Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP). O projecto de construção das novas instalações da PSP da Covilhã já está aprovado pela Câmara Municipal. O projecto foi, posteriormente, remetido ao Ministério de Administração Interna. Carlos Pinto chegou mesmo a afirmar que o Ministério iria cumprir a promessa ainda este ano. Porém, apesar das promessas, casa nova, nem vê-la. A necessidade de novas instalações para a PSP já vem sendo reclamada há muito tempo. A disponibilidade de uma maior área é, para o Sindicato, inquestionável. "As instalações precisam de ser construídas o mais rapidamente possível", declara o dirigente sindical.
Devido à degradação do imóvel, a sede já passou por algumas obras de remodelação. O telhado é um exemplo disso. "Na Covilhã já foi substituído, senão ainda haveria chuva dentro das instalações", refere Leonel Silva. A chuva era, portanto, um dos principais problemas com que os elementos da PSP se debatiam.
Recorde-se que em Maio do ano passado, a esquadra da PSP da Covilhã fez parte da lista negra da Inspecção Geral de Administração Interna (IGAI) por ter certas paredes e más condições de habitabilidade.
A esquadra da Covilhã já foi, inclusive, considerada como "das piores do País". Foi Alberto Torres, presidente da Direcção Nacional da Associação Sócio-Profissional de Polícia (ASPP) que o disse, há dois anos atrás, numa visita à Covilhã. A degradação era tanta, segundo o sindicalista, que poderia inclusive pôr em causa a integridade física dos agentes.
No caso de Castelo Branco, há promessa de novas instalações, mas não há sequer projecto. Já na Guarda, segundo o Sindicato, nem projecto, nem promessa. "Não existe simplesmente nada", explica Leonel Silva. Daí o dirigente afirmar que, neste caso, a Covilhã "é a mais avançada e a mais preocupada".

Pessoal aposentado não é compensado

Para além das instalações, Leonel Silva refere que a falta de efectivos é outro grave problema destas três esquadras. Porém, a situação na Cidade Neve "é mais grave", garante o dirigente sindical. Apesar do problema também ser já reconhecido pelo próprio Ministério e embora a Assembleia Municipal da Covilhã se preocupe com esta questão, "o pessoal aposentado não tem sido reposto", explica.
Ligado à falta de efectivos, há a falta de formação contínua de polícias. O dirigente afirma que, no caso destas cidades, os polícias têm fracas habilitações literárias e culturais e que "a Direcção Nacional não se tem preocupado em dar formação às pessoas". Também este é um aspecto comum às três cidades.
Relativamente a uma definição clara de competências e funções, Leonel Silva diz que " é uma coisa que tem de acontecer, pois a Direcção Nacional impõe horários de trabalho sem consultar os sindicatos", algo que, "por lei, são obrigados a fazer". No caso das funções, o problema põe-se quando certos polícias fazem o trabalho de civis. "Há coisas que os polícias fazem que não têm nada a ver com as suas funções", confessa o dirigente.
Rodrigues Maximiano, Inspector da Administração Interna, em entrevista ao DN, considera que há polícias a mais no País. Porém, quanto a isto, Leonel Silva afirma que "existem polícias que fazem serviços burocráticos e que não estão a exercer a função de patrulha". Ou seja, "continuámos com défice quando há polícias a mais", revela o dirigente.