João Alves*
NC / Urbi et Orbi



Piscinas de Belmonte e Caria voltam a apostar em nadadores-salvadores

Há três anos atrás, por iniciativa da Junta de Freguesia de Caria, decorreu na piscina municipal daquela localidade um curso de nadadores-salvadores, com o objectivo de que os utentes daquela infra-estrutura pudessem ir a banhos tranquilos, pois haveria sempre quem se preocupasse com a sua segurança. Foram vários os jovens que tiraram o curso e que logo nesse ano passaram a "guardar" os banhistas daquele local, bem como da piscina municipal de Belmonte e praia fluvial daquela vila.
Passados três anos, a Junta de Caria volta a ter um curso. O Instituto de Socorros a Náufragos (ISN) está há quinze dias nas piscinas a ministrar o curso de nadadores-salvadores, que é frequentado por cerca de 20 pessoas. O objectivo é o de ver se quem tinha ficado com o cartão de salvador, há três anos atrás, ainda tem aptidões para isso (uma espécie de reciclagem obrigatória) mas também dar a oportunidade aos jovens de tirar um curso que poderá ser posto em prática em albufeiras, praias fluviais ou piscinas do País nas próximas três épocas balneares. No concelho de Belmonte isso acontece. No resto do distrito, nem por isso.
Num levantamento efectuado no ano passado, em doze piscinas do distrito, foi possível verificar que apenas três tinham ao seu serviço nadadores-salvadores (Belmonte, Caria e parque de campismo de Idanha-a-Nova). É certo que, segundo a Lei, as piscinas não têm obrigação de ter ao seu serviço nadadores-salvadores e que esse papel pode ser desempenhado por vigilantes. Ou seja, a única obrigatoriedade que se poderá exigir é em termos morais. Mas, todos os anos, as autarquias podem requerer ao ISN este tipo de formação, já que este Instituto todos os anos realiza cursos deste âmbito. Belmonte, ao que parece, tem sido uma excepção.

"Entendidos" substituem profissionais

Depois de tirado o curso, não é ao ISN que compete colocar os nadadores-salvadores. Estes, passados alguns dias, terão um cartão que os habilita como tal e esperam ser contactados pelas concessionárias das infra-estruturas, ou seja, quem detém a exploração de uma determinada piscina ou praia-fluvial, na maior parte dos casos, na região, juntas de freguesia, associações ou câmaras municipais. No ano passado, as piscinas das Termas de Monfortinho, Zebreira, Castelo Branco, Penamacor ou Fundão não tinham nenhum profissional ao serviço. Este ano o panorama muda um pouco, mas opta-se, acima de tudo, por ter um responsável pela estrutura que até é entendido na matéria. Ou seja, sabe nadar bem.
Em Penamacor, por exemplo, segundo o vereador da autarquia, António Cabanas, as piscinas já abriram há duas semanas e são vigiadas por "pessoas que sabem nadar bem, mas que não têm curso. Não existem nadadores-salvadores aqui perto" explica o autarca. No entanto, Cabanas salienta que a piscina tem bóias, equipamentos específicos de salvamento e que para este ano houve inclusive o melhoramento da qualidade da água. É que anteriormente, "as piscinas tinham altos níveis de cloro que afectavam os utentes" afirma Cabanas. O autarca diz que serão quatro meses de funcionamento e que nesse período não será possível contactar nadadores-salvadores. Por isso, o ideal era "um curso aqui perto. E alguns dos nossos funcionários tirarem-no. É uma hipótese" explica António Cabanas.
No Fundão, segundo fonte da autarquia local, a piscina municipal de recinto aberto, que abriu há três semanas atrás, tem ao seu serviço quatro nadadores-salvadores. E a nova piscina que está em construção, que será inaugurada no próximo dia 26 pelo Primeiro-Ministro Durão Barroso, vai ter ao seu serviço três profissionais credenciados pelo ISN, lá pelo mês de Setembro, altura em que está prevista a abertura do recinto.
Em Idanha-a-Nova, segundo a autarquia local, o material de primeiros-socorros está sempre presente nas piscinas municipais. Mas nadador-salvador não há. No Parque de Campismo, aí sim, os bombeiros estão sempre em vigilância, mas, fonte da Câmara adianta ao NC que "não posso afirmar se têm curso ou não. São vigias". Quanto a outras estruturas no distrito, o NC tentou saber mais informações, mas até ao fecho da edição, tal revelou-se impossível.

*com Sandra Carvalho

 




A natação deve ser feita segundo as regras do Instituto de Socorros a Náufragos



Cuidados a ter



Segundo o Instituto de Socorros a Náufragos, nas piscinas, albufeiras, praias-fluviais ou no mar, há diversos cuidados a ter de modo a evitar qualquer acidente. Tratam-se de regras gerais de segurança que, a serem cumpridas, facilitam a vida a quem guarda a piscina, mas também torna o próprio utente numa pessoa que está mais segura.
Assim, se não souber nadar, nunca deve entrar na água mais do que até à cintura. E nunca entrar na água antes que tenham decorrido, pelo menos, três horas após a última refeição. Quando o nadador-salvador disser que não deve entrar na água, siga o conselho e nunca entre nela após demorada exposição ao sol. Nunca deverá tomar banho em locais pouco frequentados ou sem socorros. Se nadar mal, nunca o deve fazer sozinho e nunca teime em continuar a nadar se se sentir cansado. É preferível boiar ou então, pedir ajuda. Não deverá dar saltos para a água em locais que não conheça e se sentir frio, saia da água.