Visita prometida
Barragens discutidas a 10 de Setembro

Carla Loreiro
NC / Urbi et Orbi


O ministro das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente, Amilcar Theias, reúne com Carlos Pinto, presidente da Câmara Municipal da Covilhã, no próximo dia 10 de Setembro. A data, apesar de não ser oficial, é a agendada.
Recorde-se que Amilcar Theias prometeu a 27 de Julho, aquando a visita que fez com o primeiro-ministro Durão Barroso à região, reunir com Carlos Pinto nos 10, 15 dias seguintes (ver edição do NC de 1 de Agosto) . Porém, e até à data, tal encontro ainda não se realizou, continuando assim adiada uma conversa sobre a construção de duas novas barragens no concelho, a das Penhas e a da Atalaia, no Teixoso. Uma situação que leva o autarca covilhanense, em declarações a um jornal da região, há cerca de duas semanas, a responsabilizar o ministro pelo eventual corte no abastecimento de água ao concelho.
Os alertas ao Governo sobre o problema da falta de água na Covilhã têm sido bastantes. Entre os mais críticos, o ultimato feito por Carlos Pinto durante a Assembleia Municipal de 27 de Junho. Aí, o edil covilhanense ameaçava tomar "acções públicas de desagrado" caso o Ministério do Ambiente não desse resposta, até 31 de Julho, ao dossier sobre a construção de duas novas barragens e recuperação da do Padre Alfredo, em Unhais da Serra. Entretanto, Amilcar Theias deixa a promessa de vir até à "Cidade Neve" discutir a matéria.
Mas, entre o vir e não vir do ministro, a situação toma contornos mais sérios. Na semana passada, responsáveis pelos Serviços Municipalizados (SMAS) classificavam de "aflitivo" e "crítico" o baixo nível de água na Barragem do Viriato, principal fonte de abastecimento da rede da Covilhã. Algo de que não há memória desde 1995, ano em que a albufeira passou por uma situação parecida, devido aos vários incêndios e muito calor que se fez sentir. Outubro, caso não chova até lá, é apontado pelos SMAS como o mês em que poderá começar a faltar a água.




População sem água em Seia



UA população do concelho de Seia, abastecida pela barragem da Senhora do Desterro, esteve sem água durante o passado fim-de-semana. Devido a uma chuvada que arrastou para o Rio Alva resíduos dos incêndios, nomeadamente cinza e carvão, cerca de 80 por cento das casas do concelho ficaram sem uma gota de água.
Segundo Eduardo Brito, presidente da Câmara Municipal, em declarações à Lusa, na sequência de uma trovoada, seguida de uma forte chuvada que se fez sentir em todo o concelho na passada noite de sexta-feira para sábado, a autarquia foi obigada a cortar o abastecimentos de água. O sistema de reabastecimento público foi reposto na segunda-feira passada, 25 de Agosto, por volta das seis horas da manhã. No entanto, a água não era ainda aconselhável para consumo humano, enquanto a situação não estivesse totalmente regularizada. Só dois dias depois, na passada quarta-feira, é que a água ficou potável. Todas as barragens afectadas por este temporal, tiveram que ser despejadas para limpar o fundo, incuindo a da Senhora do Desterro, na freguesia de São Romão, onde é captada água para 80 por cento do concelho. A única que não foi atingida pela chuva forte, foi a barragem da Lagoa Comprida.