Andreia Reis
NC / Urbi et Orbi


Todo o património documental do concelho é tratado com cuidado no Arquivo

O Arquivo Municipal da Covilhã (ACM) é, segundo Paulo Monteiro, técnico superior, "considerado por muitos como o melhor do Interior de Portugal e um dos melhores do País". A instituição tem efectuado um apurado tratamento da documentação municipal e procura fazer a gestão documental integrada através da avaliação, seleccção e eliminação de documentos. Desta forma, diz Paulo Monteiro, "pretende-se uma melhor gestão dos recursos através de uma maior rapidez de resposta e aumentar a qualidade e a produtividade dos serviços, definindo estratégias de intervenção e de desborucratização, aproximando a administração municipal dos munícipes, sem nunca esquecer a salvaguarda da memória histórica".
O Arquivo tem como missão a identificação, preservação, gestão e divulgação do património arquivístico do concelho e possibilita o acesso a todos que queiram investigar e saber mais sobre a história e memória da Covilhã. "Valeu a pena sermos o primeiro Arquivo Municipal da nova geração no Interior do País e também por podermos facultar informação que estava desconhecida a investigadores, leitores e a todos os queiram recuperar as memórias e fazer a história desta terra e desta região", sublinha o técnico superior. No âmbito destas operações, já foram detectadas algumas espécies documentais raras, das quais se destacam pergaminhos medievais, livros de actas de Câmara (séculos XVIII e XIX), correições, posturas, leis, ordens e privilégios, entre muitos outros. "Temos um pergaminho real de 1215, que é o documento mais antigo", revela.

Aproximar estrutura aos alunos

Esta instituição teve, nos primeiros três trimestres deste ano, 295 leitores externos, forneceu sete mil 834 fotocópias e executou mais de duas mil e 500 consultas para os serviços e órgãos municipais. "Este ano, até Setembro, já atingimos o número de leitores do ano passado, ou seja, vamos ter um crescimento de um terço a mais em relação ao ano passado", esclarece Paulo Monteiro. O Arquivo alberga ainda um espólio documental de elevado valor histórico, bem representativo da evolução da sociedade covilhanense e região, dos quais se destacam a Câmara Municipal, a Administração do concelho da Covilhã, a Real Fábrica dos Lanifícios, o Convento de São Francisco, Juntas das Paróquias da Conceição e do Tortosendo, Confrarias do Espírito Santo e da Nossa Senhora do Rosário da Aldeia do Carvalho.
Actualmente, o Arquivo proporciona apoio técnico aos serviços municipais, instituições e particulares do concelho. Para além disto, prepara ainda um apurado processo de inventariação de todo o espólio municipal, conduz um trabalho de investigação sobre a história do município e participa na inventariação do património histórico e arquitectónico da Covilhã. De acordo com o técnico superior, "urge agora iniciar uma nova fase caracterizada por uma maior comunicabilidade e compreensão do património documental e suas memórias, junto de toda a comunidade, especialmente a escolar, universitária e científica, através de uma melhor gestão dos recursos".
Em termos históricos, o Arquivo, não é um órgão municipal novo, existindo já referências ao "Tombo da Covilhã", desde os tempos medievais. Ao longo dos séculos foi alvo de dispersas perturbações externas e internas que levaram ao abandono e à destruição de parte da memória histórica, destacando-se uma visita dos exércitos napoleónicos em Abril de 1812, que os próprios registaram num livro de registo dos órfãos. Em 1999, a autarquia da Covilhã candidatou-se ao Programa de Apoio à Rede de Arquivos Municipais. Neste âmbito procedeu à reconversão do antigo imóvel dos Bombeiros Voluntários em Arquivo Municipal, inaugurado a 24 de Novembro de 2001.