|  Liga de HonraMá arbitragem castiga leões
 
 A quinta derrota consecutiva dos Leões 
                        da Serra fica marcada pela falta de sorte e por uma arbitragem má demais 
                        para um jogo de II Liga.
 
 
 
                         
                          |   | Alexandre S. SilvaNC / Urbi et Orbi
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                          |  |   Já parece perseguição. No final da quinta derrota consecutiva 
                        neste arranque de época João Cavaleiro, não desprovido de 
                        razão, queixava-se da falta de sorte dos últimos encontros e da 
                        arbitragem. Com efeito, mais uma vez, e à semelhança do que já 
                        acontecera nas duas anteriores jornadas, frente ao Salgueiros, no Estádio 
                        do Mar, e contra o Santa Clara, no Santos Pinto, o Covilhã foi superior 
                        mas não conseguiu traduzir o domínio em golos. No entanto, e tal 
                        como já acontecera em Matosinhos, houve ainda mais um factor determinante 
                        para o desfecho do encontro: uma arbitragem deprimente de Rui Silva e seus auxiliares, 
                        que fecharam os olhos a duas faltas dentro da área de rigor da Naval, e 
                        à posição irregular de Baha que resultaria no segundo golo 
                        da equipa figueirense.
 Mas nem só com factores externos se justifica este quinto desaire dos "leões". 
                        A equipa continua a falhar em momentos cruciais, principalmente no ataque, onde 
                        Denilson tarda em mostrar serviço, e onde os extremos ainda não 
                        aprenderam o significado do termo objectividade.
 Mais uma vez com um leque de opções muito limitado - agora é 
                        Celso que se junta ao lote de lesionados-, João Cavaleiro escalou um onze 
                        de ataque com Denilson à frente de Dani (na esquerda) e Hermes (na direita). 
                        Tarantini, o vértice mais recuado deste losango, com a função 
                        de construir jogo para os companheiros tinha as costas cobertas pelos dois "matulões" 
                        guineenses, Ankyofna e Ido, o que lhe deu alguma liberdade, raramente aproveitada, 
                        para actuar a toda a largura do terreno. Na defesa, Lourenço ficou com 
                        a tarefa de fazer todo o corredor esquerdo, mas só a espaços teve 
                        a via aberta para além da linha de meio campo. Nélson juntou-se, 
                        assim a Gérson no centro, enquanto Marco Aurélio, na direita tentava 
                        travar Fajardo e as investidas periódicas de Nélson Veiga.
 Domínio da Naval
 Demorou o Covilhã a adaptar-se ao que Cavaleiro tina pedido. Com um conjunto 
                        de jogadores com larga experiência de II e I Liga, a Naval tenta resolver 
                        o jogo cedo. Através do adiantamento dos laterais a formação 
                        da Figueira da Foz consegue criar superioridade numérica no meio campo 
                        e construir lances de ataque pelas alas, dando claro privilégio ao flanco 
                        esquerdo. Aos 8 minutos José Carlos dá o primeiro aviso com um remate 
                        à meia-volta. Depois é Fajardo que ganha a Gérson, e só 
                        não marca porque Luciano adivinha o lance e sai a tempo aos pés 
                        do ex-Belenenses. Aos 20 minutos Nélson Veiga deixa Marco Aurélio 
                        pelo caminho e arranca um cruzamento que engana toda a gente e só pára 
                        na barra da baliza de Luciano. Ainda não tinha passado um minuto e novamente 
                        o lateral esquerdo da Naval volta a criar perigo, obrigando o guardião 
                        serrano a uma defesa apertada.
 O Covilhã consegue, no entanto reagir, numa altura em que os visitantes 
                        pareciam querer recuperar forças depois do pressing inicial. Sempre por 
                        iniciativa de Dani, os "leões" atiram-se com "unhas e dentes" 
                        à bola e começam a aproximar-se com perigo da área adversária. 
                        Mas se Hermes ainda conseguiu cabecear por cima a uma solicitação 
                        do avançado esquerdo, já Denilson não conseguiu fazer nada 
                        com duas assistências primorosas. Perante a ineficácia dos companheiros, 
                        seria o próprio Dani a tentar a sua sorte com um portentoso remate de fora 
                        da área que o guardião figueirense (Dany) se encarregou de desviar 
                        com uma defesa quase impossível. O golo que, até então, a 
                        Naval merecia surge apenas em período de descontos. Mesquita cruza da direita 
                        e Rui Duarte aproveita a "sesta" da defesa para inaugurar o marcador.
 Leão com garra
 Ao intervalo Cavaleiro deixa o ineficiente Denilson nos balneários e lança 
                        Dário em campo. Os serranos surgem mais concentrados e objectivos na saída 
                        para o ataque, enquanto a Naval, à boa velha tradição da 
                        Figueira da Foz, se encosta à sua área para defender a vantagem 
                        à espera do momento oportuno para lançar o contra-ataque. Motorizado 
                        por Dani e Tarantini, o Covilhã asfixia a Naval durante largos minutos, 
                        mas os remates verdes encontravam sempre uma camisola amarela no caminho. Aos 
                        58 minutos Rui Silva comete o seu primeiro grande erro: Solimar intercepta um 
                        cruzamento de Marco Aurélio com a mão dentro da área, mas 
                        o árbitro manda seguir. Depois, aos 60, volta ao errar ao não assinalar 
                        um fora-de-jogo do "tamanho do mundo" a Baha, num lance que culminou 
                        com o segundo golo da Naval apontado por Fajardo. E como não há 
                        duas sem três, volta a fechar os olhos a uma falta claríssima de 
                        Binho sobre Dário na área a cinco minutos do final. Por aquilo que 
                        fez no segundo tempo, o Covilhã não merecia este resultado. Mas 
                        a verdade é que o Covilhã também tem que olhar para o interior 
                        de si próprio e tentar corrigir o que está mal.
 
 
 
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