António Fidalgo

UBI e as vagas preenchidas


É verdade que há alturas em que apetece embandeirar em arco como quando foram conhecidos os resultados das colocações dos alunos candidatos ao ensino superior. Segundo documento do próprio Ministério da Ciência e do Ensino Superior, a UBI preencheu 81% das 1086 vagas postas a concurso. Só mesmo as universidades das urbes conseguiram melhor, e nem todas. A UBI teve uma percentagem superior às Universidades do Minho (80), de Aveiro (77) e mesmo à Universidade Nova de Lisboa (78). E ficou apenas a um ponto da Universidade Clássica de Lisboa (82). É mesmo caso para dizer: é obra. O ano passado a UBI preencheu na 1ª fase de colocações apenas 70% das vagas. Agora subiu 11 pontos percentuais. Mais do que qualquer outra instituição de ensino superior. E enquanto a maior parte das universidades admitiu nesta fase menos alunos do que o ano passado, a UBI admitiu mais 5,7%. Não é isto motivo de regozijo e mesmo de orgulho? Claro que é. Há muitos anos que é dito por quem conhece a UBI que o seu ser era bastante superior ao seu parecer. A adequação entre o ser e o parecer começa a ser mais justa. Mas, apesar da mais que legítima satisfação, não há que embandeirar em arco. A UBI precisa ainda de muito, muito mesmo, para se tornar uma universidade de inquestionável qualidade. Precisa de melhores professores, melhores alunos, melhor biblioteca, melhores hábitos de trabalho e de cooperação, de muito mais investigação. Uma universidade é sobretudo o seu prestígio e este demora dezenas e dezenas de anos a construir. Se a UBI conseguiu o brilharete deste ano na captação de alunos isso deve-se também a uma agilidade ímpar no panorama universitário português de responder as transformações que perpassam pela sociedade portuguesa. Os novos cursos que soube criar ao longo dos últimos anos foram um verdadeiro investimento no que há de mais universitário, filosofia, medicina, letras, psicologia, arquitectura. Não pode haver universidade, digna desse nome, sem estas áreas, e a UBI só há pouco é que as conseguiu. Mais trabalho, mais estudo, mais investigação, mais pós-graduação, é a única resposta possível ao brilharete deste ano. Sob pena de para o ano, a percentagem descer, em vez de subir novamente.