Erro
Ponte Pedrinha na "lista negra" do IEP por engano

O IEP divulga uma listagem de pontes com problemas à espera de reparação. Mas esqueceu-se de retirar da lista a Ponte Pedrinha, na Covilhã, inaugurada em Junho. E cujas obras foram realizadas pelo próprio Instituto.

Carla Loureiro
NC / Urbi et Orbi


Poucos são os distritos que não apresentam travessias inseguras. De acordo com uma listagem do Instituto de Estradas de Portugal (IEP), três das 161 pontes com problemas à espera de reparação situam-se no distrito de Castelo Branco. A Ponte Pedrinha, no concelho da Covilhã, e as pontes da Zebreira e da Segura, em Idanha-a-Nova figuram no Programa de Reabilitação, Beneficiação e Reconstrução de Obras de Arte (PRBROA) do IEP. Um trabalho a desenvolver entre 2003 e 2005.
O caricato é que, e em relação à Ponte Pedrinha, na Covilhã, esta infra-estrutura já foi alvo de uma intervenção, tendo sido inaugurada a reabertura ao trânsito no dia 1 de Junho. Mas o mais curioso é que foi o próprio Instituto de Estradas a realizar as obras de recuperação, avaliadas em cerca de 750 mil euros. Não admira pois que Joaquim Matias, vereador responsável por esta área na Câmara da Covilhã se mostre "estufefacto" com esta listagem. O autarca só encontra uma justificação para tal "lapso": "Esqueceram-se de 'abater' nesta lista as pontes que já sofreram intervenções. É lamentável".
Já em Idanha-a-Nova, o cenário é outro. O aparecimento de fendas nos arcos da Ponte Internacional da Segura, que liga as duas margens do Rio Erges, que divide Portugal de Espanha, preocupa os responsáveis, levando-os a admitir que um dia destes a infra-estrutura pode vir abaixo. Segundo Mário Gomes, presidente da Assembleia de Freguesia, em declarações ao Público, o excesso de tráfego de camiões que se intensificou aquando o desaparecimento da guarda civil, tem acelarado a degradação desta ponte. A mesma nunca sofreu qualquer tipo de intervenção. No entanto, diz Mário Gomes, o Instituto de Estradas está a levar a cabo "um pré-exame" para determinar a gravidade da maior fissura que se situa por baixo do primeiro arco quando se circula de Portugal para Espanha, através da colocação de gesso entre a "enorme" fenda. Porém, esta medida preventiva não sossega o presidente da Assembleia de Freguesia, que considera que "as autoridades estão a levar esta questão um bocadinho a brincar". O mesmo defende que "a ponte tem que ser reparada de imediato". A população desta aldeia raiana teme por uma eventual derrocada que pode provocar vítimas. O espectro da tragédia ocorrida em Entre-os-Rios ainda paira.
Quanto ao distrito da Guarda, constam do PRBROA as pontes de Cerdeira do Côa e a de Fornos de Algodres.