As obras já começaram há dois anos, mas o Pavilhão do Desportivo da Mata ainda vai ter que esperar
Frustração
Mata continua à espera de Pavilhão

Ainda não é este ano que o Pavilhão do Desportivo da Mata avança. Os dirigentes do clube sentem-se "frustrados" e apontam o dedo ao Governo, que canaliza as verbas existentes para os estádios do Euro 2004.


Alexandre S. Silva
NC / Urbi et Orbi


Ainda não será este ano que as obras no tão desejado Pavilhão do Desportivo da Mata vão recomeçar. O clube celebrou o seu 42º aniversário com um jantar na última sexta-feira, 3, e quem esperava ouvir novidades em relação a esse assunto cedo se desenganou. "Não há dinheiro por parte do Ministério. Foi tudo canalizado para os estádios do Euro 2004. E quem sai prejudicado são as pequenas colectividades como o GD Mata", lamenta Paulo Rosa, presidente do clube.
Recorde-se que o pavilhão é uma ambição antiga dos associados do Desportivo da Mata. As obras tiveram início há cerca de dois anos, mas pararam pouco depois por falta de verbas para avançar. A estrutura, que os responsáveis contavam ter concluída este ano, é, diz Paulo Rosa, "fundamental para manter algumas modalidades praticadas", e a sua não conclusão foi uma das causas para o fim do futsal sénior. Modalidade na qual o clube conquistou o Campeonato Distrital do último ano.
Por isso, em declarações ao NC, o presidente do clube não faz um balanço muito positivo do último ano: "Em termos de resultados desportivos correspondeu às expectativas. Mas tivemos que acabar com projectos, que até estavam a ter sucesso, por questões económicas". O apoio das entidades oficiais é pouco, e o retorno financeiro esperado com a conclusão do Pavilhão e das piscinas era "de importância primordial" para o futuro das actividades de competição. Sem essa mais valia, explica Rosa, "é incomportável para o Grupo manter modalidades mais exigentes do ponto de vista financeiro". "É frustrante", desabafa, o dirigente, "porque as pessoas que trabalham no clube fazem-no de forma voluntária, com muita dignidade e as coisas não aparecem por acaso. Só que estes contratempos acabam por desmotivar quem tanto empenho põe nas coisas".
Da Câmara Municipal, Paulo Rosa não têm razões de queixa: "Estão connosco nesta luta e tenho testemunhado os esforços para resolver o problema". O mesmo não diz do Instituto do Desporto que, adianta, "não têm dado apoio nenhum".
Em Março de 2004 decorrem as eleições para os Corpos Sociais da colectividade e a vontade de continuar, "não é nenhuma". Ainda assim, e apesar do desânimo, Paulo Rosa não pensa baixar os braços. "Temos que dar a volta por cima. Se não for com esta Direcção será com outra", afirma. Após vários mandatos à frente do clube, o dirigente preferia que avançasse uma nova Direcção, "com novas ideias", mas também não descarta a permanência. Seja como for, quer ficar ligado ao clube e mostra-se disponível para colaborar com uma eventual nova Direcção, no acompanhamento do processo de construção do Pavilhão do clube. Um projecto iniciado pela sua equipa.