Luís Franco promete protestos até à redução do valor da propina
Manifestação nacional descentralizada
Protesto estudantil continua

A contestação pelo valor da propina leva os estudantes a mais uma manifestação, desta vez nas ruas da Covilhã.


Por Daniel Sousa e Silva


A Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI) marcou para hoje, terça feira, mais uma manifestação, em protesto pelo valor da propina. A iniciativa é feita em conjunto com associações de estudantes do Ensino Superior de todo o País.
”O objectivo da manifestação é, mais uma vez, chamar a atenção para o problema por resolver das propinas”, adianta Luís Franco, presidente da AAUBI.
“Enquanto o valor da propina não baixar, vamos continuar com os protestos”, garante. A partir das 14 horas haverá concentração de estudantes no Pólo I e no Pólo IV (Ernesto Cruz). Em seguida, os dois grupos vão “marchar em direcção ao centro da Covilhã para mostrar a união de toda a Academia”.
Santos Silva, reitor da UBI, deixa claro que a manifestação “é um direito civil”. No entanto, o responsável máximo pela instituição faz questão de esclarecer que “existe uma lei (Lei de Bases do Financiamento do Ensino Superior) que estabelece a competência da atribuição do valor da propina. As propinas não são da responsabilidade do Reitor, mas de quem faz as leis”, conclui.

“Os estudantes bolseiros não deviam pagar qualquer propina”

O financiamento da Acção Social é um dos principais alvos do protesto. “A falta de financiamento nesta área é notória”, defende Luís Franco, para quem a decisão da ministra da Ciência e do Ensino Superior, Maria da Graça Carvalho, de estabelecer o pagamento da propina mínima (463 euros) para alunos bolseiros, é “insuficiente”. “Os estudantes bolseiros não deviam pagar qualquer propina”, argumenta o dirigente estudantil.
No folheto de anúncio da manifestação de hoje há um apelo à comunidade estudantil para o não pagamento da propina. São apresentadas três razões para a defesa de tal posição: a apologia de que “o financiamento das instituições deve estar a cargo do Estado”, a crença de “ainda ser possível revogar a lei que fixou este valor das propinas” e a falta de regulamentação da nova fórmula de cálculo das bolsas, o que, para a AAUBI, implica “um novo processo de candidatura com a atribuição de novas bolsas”. Em comentário ao apelo, Santos Silva apenas refere que “nenhum cidadão se pode sobrepor à lei”. Aos estudantes deixa a mensagem de que “é preciso interiorizar que a lei existente, quer seja boa ou má, tem de ser cumprida”.
Para amanhã, quarta feira, está marcado um novo luto académico, depois do realizado no passado dia 19.