António Fidalgo

Mais um mandato de Carlos Pinto


É incontestável que a Covilhã conheceu um desenvolvimento notável desde que Carlos Pinto assumiu a presidência da Câmara Municipal da Covilhã em 1998. É do interesse da cidade da Covilhã que se candidate a mais um mandato. E é do interesse também da UBI. Com efeito, à universidade não são indiferentes os destinos da cidade em que se situa. Quanto mais desenvolvida e rica for a cidade melhor para a universidade.
É sabido que por vezes não foram fáceis as relações entre a reitoria da UBI e a presidência municipal de Carlos Pinto, tanto no tempo do reitor Passos Morgado, como já nos mandatos do reitor Santos Silva. Porém, as dificuldades havidas foram sempre ultrapassadas em nome dos interesses da cidade e da universidade. A cidade tem tudo a lucrar com a universidade, e se hoje se apresenta como a cidade fulcral na Beira Interior, e se afirma face a Castelo Branco e à Guarda, cidades capitais de distrito, é, em larga medida, por ser cidade universitária. Muito do desenvolvimento verificado de 1998 para cá deve-se às expectativas económicas desencadeadas pela deliberação governamental de então de criar na UBI a Faculdade de Ciências da Saúde. A universidade precisa de uma câmara municipal dinâmica, de forte intervenção urbana, de elevada vocação empreendedora, capaz de captar incentivos e investimentos públicos e privados.
Tem-se falado ultimamente na hipótese de Carlos Pinto ser candidato ao Parlamento Europeu, de não voltar a recandidatar-se à Câmara. Certamente Carlos Pinto dará um bom parlamentar europeu, como cumprirá com profissionalismo outros cargos políticos que assuma. Os interesses pessoais são compreensíveis e as ambições políticas são legítimas, e ninguém poderá criticar o actual presidente por considerar uma mudança ao fim de dois mandatos seguidos, para mais tendo já feito um mandato anteriormente, de 1989 a 1993. Contudo, a Covilhã precisa de Carlos Pinto para lá de 2005. Embora as grandes opções da cidade tenham sido feitas, como a estrada periférica à cidade, o programa Pólis, a electrificação da linha férrea, a ligação rodoviária para Coimbra e Viseu em auto-estrada, as novas barragens na Serra, é preciso não esquecer que não basta saber traçar planos, mas que, ao invés, que quanto mais ambiciosos são os planos a realizar mais importante é a sua execução. O eixo rodoviário municipal TCT que foi lançado no primeiro mandato de Carlos Pinto e que esteve parado durante quatro para ser finalizado por ele, após reconquistar a Câmara em 1997, é um exemplo que de todo não convém repetir.
A bem da Covilhã, e a bem da universidade, convém que Carlos Pinto se disponha a assumir a candidatura a um terceiro mandato à frente do município da Covilhã