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  António Fidalgo
 |   Oliveiras 
                        no jardim  Entre a biblioteca municipal da Covilhã e o eixo 
                        TCT, num terreno em que durante algum tempo figurou uma 
                        placa dizendo que ali iria ser construída a futura 
                        sede da Associação Comercial de Covilhã, 
                        Belmonte e Penamacor, foram colocadas oliveiras, transplantadas 
                        de algum outro lado. Que bem ali ficam as velhas oliveiras. 
                        Muito melhor do que qualquer edifício, por mais 
                        bonita traça que tivesse.
 Já noutros locais da cidade, mormente à 
                        entrada entre o cruzamento para o Refúgio e a Rotunda 
                        de Sta Eufémia, foram colocadas oliveiras transplantadas. 
                        Pode ser um pormenor urbanístico, mas merece ser 
                        mencionado porque são de tais pormenores que a 
                        qualidade e o encanto de uma cidade se fazem.
 Porém o novo jardim das oliveiras, mesmo ali ao 
                        lado da Biblioteca, da nova Estação dos 
                        Correios e da futura Esquadra da Polícia, é 
                        uma das intervenções pioneiras da reabilitação 
                        da zona envolvente da Ribeira da Goldra, reabilitação 
                        sobretudo visível nas obras da Rotunda do Rato, 
                        cá em cima junto ao Pólo Central da UBI 
                        e da Igreja de Nossa Senhora de Fátima. Se houver 
                        força e persistência para levar as obras 
                        previstas no programa Pólis até ao fim, 
                        requalificando toda a zona ribeirinha da Goldra, criando 
                        ali um parque da cidade, então poder-se-á 
                        com justiça dizer que houve golpe de asa para reunir 
                        as duas Covilhãs, a antiga alcantilada na Serra 
                        e a nova que se estende ao longo e a sul do TCT.
 O caminho do Berimbau que liga a ponte de Martin-in-Colo 
                        à ponte do Rato, e que é o trajecto mais 
                        rápido para fazer a pé da zona da Estação 
                        para a Universidade, pode transformar-se, e pelos vistos 
                        vai mesmo transformar-se, num caminho agradável 
                        para peões, com levadas de água a embelezar 
                        o percurso. Naquele vale joga-se muito do que será 
                        a futura Covilhã metrópole, uma cidade do 
                        Interior, mas de montanha, que aproveitou os cursos de 
                        água que a atravessam e que soube convertê-los 
                        de cloacas em ribeiras de margens aprazíveis. Não 
                        é difícil imaginar açudes por aquela 
                        ribeira, e daqui a uns anos, ver os estudantes universitários 
                        sentados ao longo desses açudes, gozando um dia 
                        soalheiro da Primavera ou do Verão.
 As velhas oliveiras no jardim foram uma bela surpresa 
                        num terreno que se pensou seria para mais uma construção. 
                        Oxalá essa surpresa anime a esperança e 
                        a realização do Parque da Goldra.
 
 
 
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