O ministro inaugurou a exposição comemorativa dos 120 anos da escola
Ministro da Educação visita Covilhã
David Justino propõe criação de rede de escolas de referência

A comemoração dos 120 anos da Escola Secundária Campos Melo contou com a presença do ministro da Educação. Justino aproveitou a oportunidade para falar sobre o projecto de desenvolvimento de rede de escolas de ensino médio e profissionalizante.


Por Daniel Sousa e Silva


”Entendo que há uma tradição do ensino profissionalizante em Portugal e que precisa de ser regenerado, recuperado e relançado.” È com esta frase que David Justino, ministro da Educação justifica a sua visita, ontem, segunda feira, à Escola Secundária Campos Melo (ESCM).
De acordo com o ministro da Educação “as escolas do género da ESCM formaram muita gente qualificada e vamos ter que recuperar parte da função que esta escola teve nas tecnologias do futuro”.
Para David Justino “as escolas tem de responder às necessidades que as regiões e os municípios têm na formação de quadros” e, por isso, defende que “os conteúdos de formação devem responder à necessidade das condições de mercado”.
“O lançamento do ensino profissionalizante poderá passar por uma medida que já começou a adoptar que é a tentativa de reforçar a oferta de ensino profissional a partir do próximo ano lectivo, quer a partir das escolas privadas, quer nas escolas públicas que vão poder leccionar cursos profissionais”, comunica o político.
Isabel Fael, presidente do Conselho Executivo da Escola Secundária Campos Melo, recordou que fez ontem, dia 5, “exactamente” 120 anos da Sessão Extraordinária da Câmara da Covilhã em que se decidiu a criação da escola. “É por isso que estamos aqui reunidos”, lembra Isabel Fael, agradecendo ao fundador da escola, José Maria Veiga da Silva Campos Melo.
“A ESCM esforça-se por estar sempre em novos projectos”. O protocolo assinado com a Universidade da Beira Interior para a leccionação de cursos de formação tecnológica direccionados para as novas tecnologias é um dos exemplos dados pela presidente do Conselho Executivo.
Uma novidade anunciada por Isabel Fael é a parceria entre a ESCM e o Museu dos Lanifícios para a musealização de várias peças existentes na escola com o objectivo da criação do Museu Educativo no espaço da ESCM, a ser aberto em Outubro próximo.

Propostas

Carlos Pinto foi um dos muitos alunos da ESCM. O presidente da Câmara da Covilhã fez questão de salientar que “as comemorações da ESCM são também comemorações da cidade”, já que “esta instituição é muito importante para a cidade”.
O presidente da autarquia covilhanense classifica a ESCM como “uma escola para a comunidade, não só regional, mas também nacional”. “É um bom exemplo de como em Portugal existem projectos bons, com um percurso contínuo de qualidade”, elogia, Carlos Pinto.
O edil lança um desafio ao ministro da Educação. Pinto propõe a criação na Covilhã de estruturas descentralizadas de decisão, já que “actualmente é necessário deslocar-se a Castelo Branco ou Coimbra para tratar de qualquer questão”.
Em resposta à proposta de Carlos Pinto, David Justino falou de “construir com esta escola um futuro”.
Justino lembrou o que, na sua opinião, “ tem de bom uma escola do tipo da ESCM”. Qualificação especifíca dos alunos e contribuição para o desenvolvimento da Beira Interior” são os principais destaques dados pelo ministro.
Para o futuro, David Justino acredita que a ESCM “pode ajudar a resolver algumas questões essenciais, como saber a forma de aumentar a qualidade do ensino ou como ajudar os alunos a ganhar capacidade de se construírem dia-a-dia face aos desafios que aparecem
A Câmara da Covilhã atribuiu à ESCM pelos seus 120 anos de existência a Medalha de Ouro de Mérito Municipal. “O maior galardão de cultura e educação da autarquia”, denota Carlos Pinto.
As comemorações do 120º aniversário da ESCM começaram ontem e só vão terminar no dia 16 de Dezembro, dia da primeira aula leccionada na instituição de ensino.




Foi há 120 anos



Num encontro com o ministro das Obras Públicas, José Maria Veiga da Silva Campos Melo, procurador à Junta Geral do distrito, foi encarregado de solicitar à Câmara Municipal da Covilhã (CMC) “um edífício com capacidades e cómodos para a instalação das escolas de desenho, de mecânica e de tinturaria aplicadas” destinado `instrução da população operária.
Foi a 5 de Janeiro de 1884, em sessão extraordinária, que a CMC, “congratulando-se por ver atendida uma das mais imperiosas necessidades d’este município, qual a da instrução profissional”, deliberou pôr à disposição um edifício destinado a este fim.
(adaptado da Acta da Sessão Extraordinária da Câmara Municiapl da Covilhã)