Por Daniel Sousa e Silva


O ministro da Educação fez questão de cumprimentar os jovens alunos

Na parte da manhã de ontem, David Justino visitou a Escola Básica do 1º Ciclo de São Silvestre, sede do agrupamento escolar na Covilhã. As crianças da escola cantaram as “janeiras” ao ministro. Mas foram também dirigidas algumas mensagens menos alegres ao político.
A directora da escola, Anabela Oliveira, espera que a visita de David Justino à cidade seja “um sinal de investimento nas escolas do ensino básico da região”. Uma certeza da directora é que “não se pode ter hoje escolas como à 20 anos atrás, sendo necessário um maior investimento em infra-estruturas”. A iniciação do ensino de língua estrangeira e o primeiro contacto com as novas tecnologias são “alguns dos novos desafios postos às escolas”, defende Anabela Oliveira, enfatizando que “só com o empenho do Governo, autarquia, professores e pais se pode caminhar para o futuro da educação no País”.
O pedido mais urgente da directora é “material para o novo espaço polivalente” da escola básica. “Precisamos de todo o equipamento necessário para que os nossos alunos possam praticar desporto, como, por exemplo, bolas, arcos, colchões”, conta Anabela Oliveira.
O ministro da Educação direccionou qualquer possível resposta para a autarquia, uma vez que “todas as escolas do 1º ciclo estão dependentes dos municípios”.
Às queixas apresentadas pela escola, David Justino contrapõe o “espírito de colaboração com a autarquia no sentido de se poder resolver alguns casos pontuais”. O ministro reconhece que “o esforço feito pelo município da Covilhã em torno da educação tem sido muito grande”, por isso, também admite ser “altura do Ministério da Educação poder corresponder no reconhecimento desse esforço e encontrar com a autarquia melhores soluções para os problemas” da rede escolar do concelho.
Um outro desejo da directora da escola é o melhoramento informático da escola, que dispõe “apenas de quatro computadores para turmas de 20 alunos”. O ideal para Anabela Oliveira seria haver uma aula com “dois ou três computadores por aluno”.

Pais descontentes

Nuno Garcia, presidente da Associação de Pais da Escola de São Silvestre, tinha algumas críticas a apresentar ao ministro da Educação. ”Neste momento, não há participação dos pais no agrupamento escolar. As possíveis contribuições não estão a ser levadas em conta. Enquanto pais achamos que temos uma palavra a dizer no que respeita à educação dos nossos filhos, tal como está consignado na lei”, manifesta . Em Julho do ano passado, quando foram criados os agrupamentos escolares, “os encarregados de educação não foram ouvidos”, critica Nuno Garcia. Para o presidente da Associação de Pais “a escola não é uma instituição dissociada do resto da comunidade”. Nuno Garcia lamenta que o “ponto de vista de David Justino seja não haver participação dos pais nos órgãos de decisão escolares”.