Alexandre S. Silva
NC / Urbi et Orbi


Piguita trava o avanço de um adversário. A defensiva do Covilhã só falhou num lance: o do golo do Estoril

O Sporting voltou a perder de forma inglória. Frente ao primeiro classificado da tabela, os serranos bateram-se como autênticos leões e dominaram a quase totalidade da partida. Quem não soubesse a classificação do Covilhã e do Estoril na tabela da Liga de Honra, também não adivinharia pelo jogo do último domingo. O “lanterna vermelha” recebeu o líder e jogou sem medos, sem complexos, de igual para igual.
A tarde gélida nas encostas da Serra não deu para arrefecer as bancadas. Ambas as equipas imprimiram velocidade ao jogo e o ritmo chegou, por vezes, a ser alucinante, tal era a rapidez com que a bola chegava de uma área à outra. A única coisa que fez falta foram mesmo os golos. E neste pormenor, a culpa da escassez cai nos pupilos de João Cavaleiro. Os covilhanenses, que não se deixaram, nunca, intimidar pelo poderio estorilista, foram quem mais perigo criou, desperdiçando seis oportunidades de golo flagrante.
A série de perdidas começou logo aos dois minutos: Tarantini, lançado por Oseias, surge isolado na cara de Fabrice mas não consegue marcar. Pouco depois é Rui Morais que na conversão de um livre directo obriga o guardião francês a defender para canto. Aos 14 minutos Oseias volta a cheirar o golo, mas o desvio ao centro de Orlando não chegou para iludir o guarda-redes adversário.
Depois de tantos avisos, os estorilistas tomaram tento e começaram a acertar as marcações. Depois foram tomando conta do meio campo fruto de uma eficiente e rápida troca de bola e um sentido posicional óptimo por parte dos seus atletas. Ankyofna e Nélson, médios de tarefas mais defensivas, passam a ter trabalho redobrado, pelo que Tarantini e Hermes se vêem obrigados a descer no terreno para ganhar a bola – que falta fez Rui Andrade. E neste particular o avançado brasileiro esteve impecável, ao ganhar vários lances e a lançar no ataque, quer Orlando, quer Oseias.
Mas não se pense que o Estoril dormia em serviço. A equipa de Cascais, praticante de um futebol tecnicamente evoluído, ainda causou alguns arrepios ao sector mais recuado da equipa da casa. Principalmente por Carlitos que, quer pela direita, quer pela esquerda, levou quase sempre a melhor sobre Trindade e Rui Morais, respectivamente.
Ao intervalo, descontente com a prestação de alguns dos seus jogadores, Ulisses Morais faz duas alterações ao onze inicial. Luís Cláudio e Marco Paulo, dois médios de características mais ofensivas, dão outra consistência ao ataque e obrigam o Covilhã a recuar. Acto contínuo surge a primeira grande oportunidade para a turma forasteira. Fellahi foge pela direita e cruza ao primeiro poste mas Dorival falha a emenda. Mais rápidos sobre a bola, os estorilistas imprimem um ritmo alucinante à partida, mas os covilhanenses não ficam atrás. Durante 10 minutos a bola não pára no meio campo e quem acaba por tirar partido da situação são os avançados serranos, que aproveitam o balanço ofensivo dos forasteiros para voltar a criar perigo. Oseias e Tarantini voltam a ter nos pés a oportunidade para inaugurar o marcador, mas no primeiro caso o avançado brasileiro atira ao poste e, no segundo, o jovem português remata a milímetros da baliza com Fabrice a encurtar o ângulo.
Mas o pior ainda estava por vir. Faltavam 10 minutos para o fim quando Horvath, sempre muito discreto durante a partida, arrefece ainda mais a tarde no Santos Pinto. Depois de um trabalho fantástico de Luís Cláudio, que tira os três centrais serranos do caminho, a bola sobra para o avançado do Estoril que, só com Celso pela frente, remata forte para o fundo das redes. O Covilhã ainda tentou a igualdade, mas com 10 minutos para jogar, a equipa de Ulisses Morais jogou pelo seguro, optando pela manutenção de uma vantagem que tanto tinha custado a alcançar.
Com este resultado o Covilhã fica a nove pontos da zona de manutenção. Uma marca considerável mas que, a manter-se a atitude da equipa, pode ser facilmente ultrapassada. Ainda faltam 16 jogos para o final da temporada mas trazer pontos de Felgueiras, no próximo domingo, já seria um bom começo para a recuperação dos Leões da Serra.