João Lanzinha (à esquerda) e Victor Cavaleiro (à direita) são dois dos responsáveis pelo curso
Curso para licenciados
Engenheiros civis estudam acústica de edifícios

Profissionais no activo estão a ter formação adicional no curso “Acústica de Edifícios” que está a decorrer na Universidade da Beira Interior.


Por Daniel Sousa e Silva


O Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura (DECA) da UBI, em colaboração com a Delegação Distrital da Ordem dos Engenheiros, está a ministrar um curso de “Acústica de Edifícios” dirigido a licenciados em Engenharia Civil. As duas primeiras aulas aconteceram nos passados dias 23 e 24 deste mês, faltando duas lições – a 30 e 31 - para a conclusão desta acção de formação.
O curso conta com a participação de 15 engenheiros civis, “todos no activo”, explica João Lanzinha, sub-coordenador do curso e docente da UBI., lembrando que “as inscrições foram limitadas”.
O projecto integra-se na formação contínua organizada pela Ordem dos Engenheiros. A diferença, ressalva João Lanzinha, é “o carácter descentralizador da acção”, uma vez que “habitualmente, este tipo de iniciativas só ocorre em Lisboa, Porto e Coimbra”.
O sub-coordenador explica que “uma acção com o objectivo de ser local, acaba por não o ser, porque cativou pessoas de fora da região”. Figueira da Foz e Viseu são exemplos da origem de “grande parte” dos formandos.
As aulas são ministradas por formadores indicados pela Ordem dos Engenheiros. Uma das pessoas que já leccionou no curso de “Acústica de Edifícios” foi António Tadeu, especialista nacional em acústica.
Desde há dois anos que existe legislação europeia que regula a existência de critérios de acústica nos edifícios. “Qualquer engenheiro civil pode assinar o projecto de acústica, mas se tiver um maior conhecimento da legislação e das regras é obviamente melhor”, considera João Lanzinha, justificando deste modo a pertinência do actual curso.

Aliar universidade e mercado de trabalho

Victor Cavaleiro, presidente do DECA, defende que o curso é mais uma das acções que o seu departamento tem promovido no sentido de “criar ligações da universidade ao mercado de trabalho”. “Colmatar lacunas curriculares do que é leccionado na licenciatura em Engenharia Civil, e a constante actualização de formação sempre foram objectivos do DECA”, destaca Cavaleiro.
Já no último trimestre de 2003, o DECA, em conjunto com o Instituto Tecnológico do Gás, organizou um curso de redes de gás destinado à qualificação de técnicos “numa área em desenvolvimento no País”. Victor Cavaleiro garante que, no futuro, “quando estiverem reunidas as condições” haverá uma repetição do curso de redes de gás e um outro relacionado com redes prediais de abastecimento de águas e drenagem de esgotos. “Ainda não há uma data prevista para a sua realização, porque só pode acontecer se houver um número mínimo de alunos”, conclui.