Paulo Serra*

No 4º aniversário do URBI


No labor quotidiano, com a sua monotonia e as suas dificuldades surgem, por vezes, pequenos milagres. O Urbi é um desses pequenos milagres – e não apenas pela sua criação, mas, e quiçá sobretudo, pela sua manutenção e crescimento ao longo destes seus quatro anos de vida.
Já nestas páginas, em outras ocasiões, enfatizámos a importância do Urbi enquanto oficina de jornalismo, enquanto ocasião de juntar o saber ao saber fazer, a teoria à prática – dando corpo ao princípio de que, e parafraseando uma célebre frase de Kant, “a teoria sem a prática é vazia, a prática sem a teoria é cega”. Sem querermos aprofundar, diremos apenas que, na sua simplicidade, este princípio resume toda a diferença entre a tecnologia dos Modernos e a téchnê - técnica, arte - dos Antigos.
Neste quarto aniversário do Urbi queríamos, no entanto, enfatizar uma sua outra faceta: a possibilidade de materialização de um espaço público de visibilidade de todos nós, das nossas acções, dos nossos projectos, das nossas opiniões. Se, como diz a filósofa Hannah Arendt, “tudo o que é está destinado a ser percebido por alguém”, então o Urbi tem contribuído, de forma decisiva, para essa transmutação do ser em ser percebido que é, em última análise, condição do próprio ser: permitindo a percepção da UBI no exterior da UBI; a percepção do exterior da UBI - a cidade, a região - na UBI; e, não menos importante, a percepção da UBI na própria UBI. Esta faceta foi, agora, potenciada com a criação do Urbi em papel – juntando, ao meio “pós-moderno” que é a Internet, o meio “moderno” que é o jornal (impresso).
Esta faceta faz com que o Urbi seja, no actual momento, um dos mais importantes serviços que a UBI, através do seu Departamento de Comunicação e Artes e do Labcom, presta a si própria.


*Director do Curso de Ciências da Comunicação