Pires da Fonseca tem 44 anos e é natural da Guarda
Viaduto junto ao Parque da Cidade do Porto é a estrutura premiada
Docente da UBI recebe Prémio Secil 2003

O galardão atribuído pela cimenteira Secil e pela Ordem dos Engenheiros por obra de engenharia civil inovadora vai para João Pires da Fonseca.


Por Daniel Sousa e Silva


João Pires da Fonseca, docente da Universidade da Beira Interior e projectista da ENCIL – Projectos e Estudos de Engenharia Civil, é o vencedor da quinta edição do Prémio Secil de Engenharia Civil pelo projecto do Viaduto da Avenida Marginal do Parque da Cidade do Porto. .
O prémio Secil 2003, no valor de 50 mil euros, atribuído pela cimenteira Secil e pela Ordem dos Engenheiros foi entregue na passada quarta feira, 18, no Convento do Beato em Lisboa. Nos anos ímpares, como 2003, o prémio que distingue obras com carácter inovador destina-se a engenheiros civis enquanto que em anos pares o galardão é dirigido a arquitectos.
”É com gosto que recebi o Prémio”, admite Pires da Fonseca, para quem “é importante que existam projectos diferentes e inovadores, até do ponto de vista cultural”. O engenheiro é da opinião de ser isto que “motiva o trabalho dos engenheiros e arquitectos”.
Acabado em 2001, o Viaduto Parque Cidade do Porto, com 228 metros de comprimento e 16m de largura, tem quatro faixas de rodagem, sendo duas delas mistas, permitindo o acesso a automóveis eléctrico ou metro, que ligam as praças Gonçalves Zarco, mais conhecida por “Castelo do Queijo”, e Cidade do Salvador, nos extremos da Avenida da Boavista e Estrada da Circunvalação. O viaduto foi construído para permitir a ligação pedestre da zona verde do Parque da Cidade do Porto à reconstituída Praia Internacional.



”Obra única”

O viaduto pretende "combinar" com o meio envolvente

“Aquela estrutura única e original foi pensada para aquele local e para as suas condicionantes. O viaduto é dentro da cidade, junto a um parque, por isso tinha de ficar esteticamente aceitável”, clarifica Pires da Fonseca. O docente da UBI afiança ser “um projecto completamente diferente daquilo que habitualmente se faz”.
O viaduto é monolítico apoiado em pilares “mais esbeltos do que o normal”. A forma foi estudada para que “pareça sempre nova, de forma a não oprimir o espaço envolvente”, conta.
Em declarações à Lusa, José Teixeira Trigo, presidente do júri do Prémio Secil, legitima a escolha do viaduto pela “pureza da sua geometria e rigor de dimensionamento e pela sua qualidade estética, a qual beneficiou de um elevado nível de execução”. Teixeira Trigo salienta tratar-se de “um excelente exemplo de como uma estrutura de engenharia civil pode beneficiar de forma significativa a qualidade do ambiente urbano.
A obra, financiada pelo Programa Polis, fez parte da empreitada da chamada Frente Marítima da Cidade do Porto, que incluiu o Edifício Transparente, a requalificação da Avenida de Montevideu e a construção de um parque de estacionamento sob a Praça “Castelo do Queijo”.
Pires da Fonseca considera que “foi feito no Porto o que se pede hoje em sociedade: fazer as obras que as pessoas precisam”.
Na mesma cerimónia em que Pires da Fonseca recebeu o seu galardão, foi entregue o Prémio Secil Universidades Engenharia Civil 2003, organizado anualmente e dirigido aos jovens futuros engenheiros. No ano passado, os vencedores deste prémio foram alunos de Engenharia Civil da UBI.
Pires da Fonseca é docente na UBI há três anos e lecciona as disciplinas de Estruturas e Betão Pré-esforçado para a licenciatura de Engenharia Civil.