Um jogo disputado, que valeu um empate merecido ao Covilhã
Liga de Honra
Segunda parte de luxo dá empate em Varzim

Frente a um dos candidatos à Superliga, o Covilhã não entrou bem, mas recuperou na segunda metade. Os leões estiveram a perder, empataram na etapa complementar, e até podiam ter vencido a partida.


NC / Urbi et Orbi


Foi um Sporting da Covilhã com duas faces que se viu na Póvoa. Um nos primeiros 45 minutos, dominado por um Varzim consciente da sua superioridade técnica. Outro no segundo tempo, irreverente que, sem nada a perder, se atirou ao adversário sem complexos de inferioridade.
O primeiro tempo foi totalmente do conjunto da casa. A turma orientada por Rogério Gonçalves, na segunda posição, apresentou-se em campo na condição natural de favorita para o jogo com o último classificado. Nem precisou de jogar muito. Apenas o suficiente. Aos 23 minutos chegou ao previsível golo na primeira vez que Mendonça se escapou do “policiamento” de Ankyofna para dar seguimento a um cruzamento de Lima ao segundo poste. Mais uma vez, o Covilhã sofria um golo numa falha defensiva. No primeiro erro da defesa. Até aí, o Varzim dominava, mas não conseguia aproximar-se com perigo da área de Celso. Os poveiros limitavam-se a jogar de cabeça erguida, com confiança, crentes de que o golo apareceria mais tarde ou mais cedo. Depois do tento de Mendonça o Varzim retomou o ritmo, sem acelerar nem travar.
O Covilhã ia tapando os caminhos para a baliza como podia. Anky não mais deu espaço a Mendonça, Bruno Caires e Rui Andrade aguentavam a pressão ao meio-campo, Piguita foi um “senhor” no eixo da defesa e, quando tudo o resto não chegava, Celso resolvia entre os postes. Os leões começavam, então, a dar mostras de que poderiam fazer mais qualquer coisa face à atitude, um tanto ou quanto passiva dos durienses. Que ainda havia forças para ir mais além. Mas era preciso mais força num ataque que raramente tinha visto a bola em toda a primeira parte.

Leão transfigurado

Ao Intervalo, João Cavaleiro rectifica a táctica. Até porque desta vez tinha sentado no banco um jogador capaz de fazer muita diferença: Oséias, que tinha cedido o seu lugar no onze a Orlando. E como foi diferente o Covilhã nos segundos 45 minutos. Com a entrada do ponta-de-lança brasileiro para o lugar de um Rui Andrade em baixo rendimento, e com a substituição de Orlando por Ricardo Viola, cinco minutos depois do recomeço, o “leão da Serra” ganha nova vida. A frente de ataque mais numerosa (com quatro jogadores) obriga os médios varzinistas a recuar, permitindo a subida de toda a equipa serrana. Os resultados são quase imediatos. Aos 52 minutos, Tarantini, a passe de Hermes, volta a equilibrar o marcador, depois de aproveitar, também, uma falha clamorosa da defesa local.
O golo teve efeitos precisamente contrários nas duas equipas. O Covilhã animou-se. Passou a acreditar mais. O Varzim estremeceu, ficou nervoso e encolheu-se. Resultado: os serranos passaram a dominar a partida a seu bel prazer, e só a espaços, o Varzim mostrava sinais de inconformismo, que não conseguia materializar em domínio absoluto.
Com quatro homens quase sempre nas imediações da área, o Covilhã obrigava os locais a uma vigilância contínua. No meio-campo, o espaço de manobra aumenta para os serranos e Bruno Caires assume-se como condutor do jogo. Aliás, é nos pés do médio que chegou em Janeiro ao Santos Pinto, que começam as jogadas mais perigosas. Mas, na hora do remate, o Covilhã volta a estar demasiado ineficaz.
Com este empate, o Covilhã diminui a distância para a linha de água, mas ainda continua muito longe da permanência. Resta, contudo, e caso a manutenção já não seja alcançada, sair de cabeça erguida. Cavaleiro disse há duas semanas que “a equipa vai trabalhar até ao último apito do árbitro, com brio e profissionalismo”. E a verdade é que, pelo menos na segunda metade do jogo do último domingo, os jogadores do Covilhã cumpriram.