O Teatro-Cine encheu para ver os modelos conhecidos
Moda Covilhã
Desfile de estrelas

Mostrar roupa e acessórios numa sala repleta de gente com o objectivo de dinamizar a actividade comercial. Numa iniciativa inédita dos comerciantes covilhanenses, a cidade do interior, foi por duas vezes, a capital da moda.


Por Eduardo Alves


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Veste-se a rigor a velha sala do Teatro-Cine. Disfarçam-se rugas próprias de uma senhora de idade com retoques da cosmética moderna. A rebentar de gente numa noite fria de sábado, o palco das alegrias serviu de plataforma para a mostra comercial do Covilhã Moda.
Estrelas da televisão e das revistas cor-de-rosa, os mais sonantes nomes da actualidade nisto dos modelos e manequins, todos marcaram presença e emprestaram o corpo numa verdadeira exposição andante. A ideia da iniciativa partiu da Associação Empresarial da Covilhã, Belmonte e Penamacor (AECBP) que promete nova volta lá para Outono. A ideia está integrada no Plano de Dinamização do Centro Urbano da Covilhã e com ela pretende-se "demonstrar a capacidade de acção deste organismo", explica Miguel Bernardo, vice-presidente da AECBP. No contacto e na organização de tão sonante mostra, "as estrelas foram os comerciantes", sublinha a mesma fonte. Desta feita, os produtos comercializados em 28 estabelecimentos da zona central da Covilhã vestiram e aperaltaram modelos como Marisa Cruz, Fátima Preto ou Afonso Vilela. Numa forma diferente de dar a conhecer ao público o que é vendido no comércio tradicional da "cidade neve", a AECBP reuniu perto de mil pessoas no Teatro-Cine. O sucesso foi tal "que no dia seguinte repetimos a iniciativa". Uma surpresa e também um prémio para as gentes da Covilhã, que ficaram de fora no sábado. Miguel Bernardo começa por retirar "um saldo positivo", desta aposta feita no imediato.

Inovar para superar crise

O Plano de Dinamização proposto pela AECBP tem como principais metas a "afirmação do comércio e o reforço da competitividade do sector", dizem os responsáveis. Com a duração máxima de um ano, esta acção planeada "de forma a trazer as pessoas até ao centro da cidade e a criar um hábito comercial", espera revitalizar os mais de 450 estabelecimentos existentes no perímetro geográfico delineado. Miguel Bernardo afirma também que a atitude da associação tem sido a de "levar em conta a opinião e as propostas dos comerciantes". Para o responsável "é com a participação de todos que acções de envergadura considerável podem ser feitas".
Outro dos campos onde a AECBP tem vindo a apostar é na formação dos seus associados. Para os responsáveis, "há que formar, informar e dinamizar". Com o incentivo à formação dos comerciantes "o atendimento ao cliente" e a qualidade dos serviços prestados melhora consideravelmente "tornando as vendas mais apelativas". O balanço comercial ainda mostra resultados negativos, "porque a crise está aí", mas para Bernardo, "há que saber sair dela". Iniciativas como desfiles de moda e outras "que estão já a ser programadas", pretendem tornar o "discurso positivo numa realidade e não numa ilusão", remata o vice-presidente da associação de comerciantes.