José Geraldes
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Educação
e futuro
É urgente
atacar o mal (abandono escolar) antes que alastre. E com
os remédios que curem e não com meros paliativos.
É o investimento na Educação que
lança um país nos caminhos do progresso
e lhe assegura o futuro. A História demonstra que
os países que erradicaram, como tarefa prioritária,
o analfabetismo, cresceram até mais sob o ponto
de vista económico. Os que descuraram este objectivo,
ficaram para trás.
Portugal integra este pelotão. As últimas
estatísticas da União Europeia colocam-nos
numa posição muito pouco confortável,
senão mesmo humilhante.
Assim, Portugal surge como o país onde a percentagem
da população entre os 25 e 64 anos com o
Ensino Secundário completo – 11.º e
12.º é a menor. Nesta área, estamos
no fim da tabela apenas com 19 por cento dos portugueses
tendo completado o Ensino Secundário.
A Espanha apresenta-se com 40 por cento da população-
o dobro de Portugal- com o Ensino Secundário completo.
A Itália tem 43 por cento. A Irlanda, a Bélgica
e o Luxemburgo 59 por cento. A Alemanha, a Dinamarca,
a Suécia e o Reino Unido ultrapassam os 80 por
cento. E até a Grécia nos passa à
frente com 50 por cento.
Quanto à taxa do abandono escolar, o panorama ainda
é mais negro. Contra 20 por cento da média
europeia, Portugal ocupa o primeiro lugar com uma taxa
de 45 por cento- a mais alta na Europa.
Estes números tornam-se aterradores quando se verifica
que somos dos países que mais dinheiro gasta com
a Educação.
Os sucessivos governos não conseguem inverter os
dados. De 1974 para cá muito se fez. Mas não
o suficiente para alcançarmos a média europeia.
António Guterres teve a “paixão”
da Educação. Agora Durão Barroso
anunciou uma série de medidas para impedir o aumento
do abandono escolar com incidência no Ensino Básico.
Atacar os males pelo Ensino Básico tem a vantagem
de ser uma boa opção. Pois é aí
que se têm cometido grandes erros. E é aí
que importa dar às crianças os melhores
hábitos de estudo.
Mas há muitos erros a emendar no Ensino Secundário.
As “experiências” que cada governo quer
fazer quando muda a cor política, tem dado péssimos
resultados.
O transformar periodicamente o ensino num laboratório
leva à situação com a qual, hoje,
nos debatemos. Não que as políticas educativas
devam ser estáticas. E uma reforma não se
faz ao de leve mas depois de reflexão amadurecida
com objectivos claros de mudança para melhor.
Advoga-se que, entre as causas do abandono escolar, figura
a pobreza. Pais tiram os filhos da escola para o mercado
do trabalho e assim poderem contribuir para o sustento
familiar. Outra causa apontada centra-se no ambiente da
escola desmotivando os alunos.
Seja como for, é urgente atacar o mal antes que
alastre. E com os remédios que curem e não
com meros paliativos.
O País hipoteca o seu futuro se não resolver
o problema da Educação. Não se pode
continuar com a situação actual de se gastar
muito dinheiro e não se verem resultados positivos.
Embora os partidos torçam o nariz quando se fala
em pactos de regime, toda a gente vê que só
fazendo um pacto de regime os males de que padece a Educação
em Portugal, poderão encontrar um caminho de solução.
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