A Câmara da Covilhã levou as momemorações do 25 de Abril para a Barroca Grande
Barroca Grande no 25 de Abril
Uma aposta no desenvolvimento

Recuperar a parte antiga das minas da Panasqueira, que se encontra desactivada, de modo a promover o turismo na Barroca Grande é um dos principais investimentos que vai entrar em curso nesta localidade. A criação de um Museu Mineiro nas galerias da mina que estão paradas é um projecto fundamental para a aldeia.


Por Teresa Batista


Foram muitos os anos que a Barroca Grande ficou esquecida no tempo. Numa terraque vive do minério encontram-se pessoas que espelham no rosto uma vida dedicada ao esforço físico. A Barroca Grande é caracterizada pelo couto mineiro e as Minas da Panasqueira são actualmente a principal fonte de rendimento para a população que vive na aldeia.
A terra de mineiros recebeu as comemorações dos 30 anos do 25 de Abril da Covilhã com muita alegria, mas também com muita esperança. A melhoria da qualidade de vida desta população através da criação de novos postos de trabalho e do arranjo das vias de acesso à aldeia são as prioridades de José Luís Campos, o presidente da Junta de Freguesia de S. Francisco de Assis.
Potenciar o desenvolvimento desta localidade através dos recursos naturais existentes é a principal aposta do presidente da Junta. O fomento ao turismo, o incentivo à prática de desporto e o investimento na plantação de pinheiros são alguns dos planos de Luís Campos para criar postos de trabalho na Barroca.
Nas comemorações dos 30 anos do 25 de Abril na Barroca Grande foram muitos os discursos proferidos pelos partidos políticos que deram voz à liberdade e à democracia alcançadas há 30 anos. Na sessão solene da Assembleia Municipal, José Luís Campos lembra com orgulho o conjunto de transformações que foram feitas na aldeia, " a criação de zonas de lazer, o arranjo de arruamentos e a construção de locais de aprendizagem melhoraram muito as condições de vida desta terra", salienta o presidente da Junta.

Protocolos de desenvolvimento assinados

Durante a sessão solene da Assembleia Municipal foram assinados dois protocolos com vista ao desenvolvimento da Barroca Grande. O primeiro protocolo foi assinado entre a Câmara Municipal da Covilhã e a Beralt In (empresa exploradora das minas da Panasqueira). Através deste protocolo a Beralt In compromete-se a ceder o espólio e documentação existente das Minas da Panasqueira à Câmara Municipal da Covilhã para a criação do Museu Mineiro.
O segundo protocolo foi assinado entre a Câmara da Covilhã e a Junta de Freguesia da Aldeia de S. Francisco de Assis. Com este contrato, a Câmara compromete-se a entregar os campos de futebol, o campo de ténis e as instalações do clube desportivo da aldeia, durante um período de 10 anos, à Junta de Freguesia.
Com este acordo, José Luís Campos pretende incentivar o desporto na aldeia e lembrar os velhos tempos em que o hóquei em patins fazia parte das actividades da Barroca.

Museu Mineiro para breve

O Museu Mineiro vai ser criado na parte das minas da Panasqueira que se encontra desactivada há alguns anos. São cinco quilómetros de galerias que vão ser limpas e requalificadas para servirem de atracção turística.
Durante as comemorações do 25 de Abril, ainda tomou posse o grupo de trabalhadores das minas da Panasqueira. José Luís Campos, Edmundo Lopes Nobre e Alfredo Pereira são os elementos do grupo responsáveis pelo avanço do projecto do museu.
José Luís Campos afirma que "o grupo vai iniciar os trabalhos da limpeza das galerias que se encontram paradas há cerca de 30 anos e, posteriormente, vai ser elaborado um projecto no local para se quantificarem os custos e se poder avançar".
O grupo de trabalhadores das minas vai ser assessorado pelo Gabinete de Estudos e Planeamento da Câmara Municipal da Covilhã e tem como objectivo "o relançamento da Barroca Grande tendo em vista o potencial turístico e económico", destaca Carlos Pinto.
O projecto do museu é um investimento superior a cinco mil euros. O museu vai contar com equipamentos e documentação antigos das minas, um espaço que vai ser visitado uma parte a pé e ainda um outro trajecto vai ser feito num comboio antigo, que vai percorrer parte da mina.
O melhoramento das vias de acesso à Barroca Grande é um dos projectos a iniciar. O turismo que se pretende alcançar com o museu necessita da melhoria dos acessos à aldeia e da criação de um hotel para albergar os visitantes, que está previsto funcionar nas instalações dos antigos escritórios da mina.
A estrada que liga Pereiro até S. Jorge da Beira e a estrada que liga a Barroca ao Rio são as acessibilidades previstas para a aldeia.

Promover o desenvolvimento da Barroca

O combate à desertificação através da criação de espaços e actividades atractivas para as gerações mais jovens é um dos objectivos de José Luís Campos. No entanto, procura orientar o seu trabalho no sentido de melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem na localidade.
A construção de uma piscina na Barroca para proporcionar momentos de lazer àqueles que não têm possibilidade de gozar férias foi uma das reivindicações feitas pelo Presidente da Junta de S. Francisco a Carlos Pinto.
Os cartões municipais para os mineiros reformados são também uma reivindicação de José Luís Campos. Carlos Pinto afirma que "apesar da situação de crise que se vive actualmente, pretende alargar os cartões municipais, que apenas são concedidos a reformados a partir dos 65 anos, não só à comunidade mineira, que se reforma por volta dos 53 anos, mas a todos os reformados do concelho da Covilhã».
Nas cerimónias do 25 de Abril na Barroca Grande também foram inauguradas 23 placas toponímicas para dar nome às ruas da aldeia.
Perante as dificuldades que marcam a vida das pessoas que vivem na terra dos mineiros, o presidente da Câmara da Covilhã refere que "consoante as possibilidades, vai apostar no investimento na Barroca Grande".
A descentralização do poder de modo a possibilitar a participação dos órgãos locais no desenvolvimento das áreas rurais é um dos objectivos de Carlos Pinto.
O presidente da Câmara enalteceu ainda a participação activa da população da Barroca nestas comemorações.





Escola de Ensino Básico Carlos Pinto inaugurada


As comemorações do 25 de Abril foram a data escolhida para a inauguração da Escola do Ensino Básico Carlos Pinto, numa cerimónia em que o presidente da Câmara Municipal da Covilhã foi homenageado pelas pessoas da localidade. A construção deste novo espaço de aprendizagem é um motivo para as crianças sorrirem e ao mesmo tempo dizerem "obrigado, Carlos Pinto".
A nova escola custou cerca de 540 mil euros e constitui um espaço de conhecimento e aprendizagem para os alunos da aldeia. A Câmara da Covilhã financiou o edifício e promete "continuar a investir na Barroca e proporcionar novas perspectivas futuras para o couto mineiro", referiu na ocasião Carlos Pinto.
A escola da Barroca Grande tem cinco salas de aula para o 1º ciclo, uma sala para o jardim de infância, uma cantina, uma sala de artes plásticas, uma sala de informática com seis computadores ligados à Internet, uma sala polivalente, um elevador, casas de banho e arrecadações. A escola vai ser frequentada por 23 alunos do 1º ciclo, 10 crianças vão frequentar o jardim de infância e 12 alunos vão fazer parte do ensino básico mediatizado, uma equipa dirigida por cinco docentes.