Por Teresa Batista


O arquitecto falou da importância do Polis

João Luís Carrilho da Graça, uma figura de destaque na arquitectura contemporânea portuguesa, falou de arquitectura na Universidade da Beira Interior (UBI), na passada terça-feira, 20. Para o arquitecto "os erros arquitectónicos cometidos no passado devem ser superados. O programa Polis é um incentivo à evolução das cidades, minimizando os problemas existentes devido ao mau planeamento".
A Covilhã é uma cidade onde o território se caracteriza por um declive acentuado. Os erros de planeamento e de ordenamento do território e a construção desenfreada deram origem a um crescimento desordenado que esconde a beleza desta cidade serrana.
Para Luís Carrilho da Graça uma das características da Covilhã são as construções em granito, no entanto o arquitecto refere que "há edifícios de grande banalidade que estragam a beleza da paisagem".
Carrilho da Graça, autor do projecto das pontes pedonais abrangidas pelo programa Polis, salienta a importância do programa da Covilhã. Segundo o arquitecto "os projectos que estão em curso são relevantes, porque a partir de intervenções cirurgicamente enquadradas e através dos meios existentes, têm ambições importantes para a cidade".
Numa palestra para alunos de arquitectura aquele técnico refere que "os problemas da arquitectura das cidades portuguesas não é da responsabilidade dos arquitectos mas da sociedade". A construção de edifícios práticos tendo em vista o rendimento são o principal motivo do crescimento desordenado das cidades", acrescenta.
Para o arquitecto é necessário "tornar as cidades mais humanas tendo em conta os espaços de vida que estes locais proporcionam".
Carrilho da Graça é um dos mais importantes arquitectos contemporâneos e acredita na arquitectura como um modo de expressão artística que valoriza o território. No papel de professor, mas também como autor de várias publicações, defende a transmissão de conhecimentos da arquitectura moderna às gerações mais novas de modo a permitir o acesso a novas linhas de pensamento e investigação.
O arquitecto foi distinguido com vários prémios entre os quais o prémio da Associação Internacional de Críticos de Artes, em 1992, pelo conjunto da sua obra, o prémio Secil, em 1994, pelo projecto da Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa, e o prémio FAD, grande prémio do júri ARQ-INFAD de Barcelona, pelo Pavilhão do Conhecimento dos Mares, em 1999.