Por Daniel Sousa e Silva



Luís Carrilho Gonçalves auspicia um bom futuro para o projecto

Os Cursos de Especialização Tecnológica (CET), propostos e coordenados pela Universidade da Beira Interior (UBI) em cooperação com as escolas secundárias da Covilhã e Fundão, devem arrancar a partir de Janeiro de 2005. Os CET estão divididos nas áreas das Ciências Empresariais, Electrónica e Automação e Tecnologias da Informação e Comunicação.
Luís Carrilho Gonçalves é o coordenador geral do projecto dos CET. O vice-reitor da UBI considera ser possível iniciar-se os CET dentro da data prevista, descrevendo que a sua preparação “está a avançar com uma equipa a trabalhar nisto 24h por dia”.
Os processos para a implementação dos CET foram enviados em Julho do ano passado ao Ministério da Ciência e Ensino Superior e estão “a aguardar autorização superior”.
Na Escola Secundária Campos Melo (ESCM), os cursos a implementar são os de Desenvolvimento de Produtos Multimédia e Aplicações Informáticas. Este último será também leccionado em parceria com a Escola Secundária do Fundão, juntamente com Automação, Robótica e Controlo Industrial. Está ainda prevista, para a Escola Secundária Frei Heitor Pinto (Covilhã) a abertura do curso de Instalação e Manutenção de Redes e Sistemas Informáticos.
O formatos dos cursos é o previsto na legislação. Os CET têm duração de quatro semestres. Os primeiros três semestres (um ano e meio) são de período lectivo, dividido entre a UBI e as escolas secundárias do projecto, e o último é passado numa empresa, em estágio profissional.
Os CET são direccionados a alunos que provenham do ensino profissional e possuam o 12º ano de escolaridade. No final irão receber um diploma do curso respectivo, reconhecido pelo Ministério do Trabalho.
Em aberto, fica a possibilidade de continuidade de estudos no ensino superior através de uma candidatura de contingente especial, “em que as universidades têm de definir, por cada curso, as unidades de créditos correspondentes à formação que receberam”, clarifica Luís Carrilho.
Um pormenor que ainda está a ser equacionado é o funcionamento dos CET em horário pós-laboral, para que, como conta o coordenador geral do projecto, se possa “atrair pessoas que já estejam no mercado e queiram evoluir profissionalmente através da aquisição de mais competências”.


Joaquim Azevedo junto a Isabel Fael, directora da Escola Secundária Campos Melo



Falar de ensino profissional

O anúncio foi feito, na semana passada, durante uma conferência em que se falou de “O Ensino Profissional em Portugal”, na Escola Secundária Campos Melo (ESCM), no âmbito das comemorações dos 120 anos daquele estabelecimento de ensino. O orador principal foi Joaquim Azevedo, ex-secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário durante os governos de Cavaco Silva e administrador da Associação Empresarial da Associação Empresarial de Portugal (AEP).
Joaquim Azevedo vê a criação dos CET com bons olhos. “Se levamos os jovens até um nível de especialização de 12º ano, devemos criar algo que lhe possibilite uma especialização.” O administrador da AEP acredita que, desta forma, os jovens podem aprender algo mais específico, dando os exemplos de “mecânica da climatização ou automóvel como complemento da formação em Mecânica do ensino secundário”.
“São cursos com um carácter de 100 por cento de empregabilidade, porque são feitos, desde o início em colaboração com empresas”, considera Azevedo.
Os docentes da UBI já dão formação do género desde 1997 na Escola Tecnológica da Beira Interior, situada no CITEVE, por isso Carrilho Gonçalves afirma que “estão mais do que preparados” para os CET.