No rasto d’EL RASTRO







Madrid








Por Catarina Moura

A tranquilidade das primeiras horas da manhã é substituída, por volta do meio-dia, pelo bulício colorido trazido pela enchente humana que invade ruas e lojas, cafés e restaurantes, teatros e bares, e se deixa ficar até a noite já ir avançada.
Sim, vamos ao Rastro fazer compras. As possibilidades são imensas e diversificadas. Os artesãos e coleccionadores ainda lá estão, na Ribera de Curtidores e na Calle Rodas, lembrando o Rastro de antigamente. Convivem agora com as tendas de roupa em segunda mão, de discos, revistas, ferramentas, peles, tecidos, objectos impossíveis, bijutaria, quinquilharia e todos os demais “–rias” que fazem a essência destes grandes e carismáticos mercados urbanos.
Mas também vamos ao Rastro beber umas cañas. Estar com os amigos. Conviver. Quando todas as mesas e cadeiras estão ocupadas, invadem-se as escadas, os passeios, as praças, fazendo de qualquer espaço um poiso para um piquenique de ocasião, um poiso para uma tarde solarenga que estica a boa disposição até à hora do jantar, quando a vontade e o apetite nos podem levar aos cheiros e sabores típicos de qualquer lugar do mundo, graças à origem variada dos restaurantes existentes. Estamos, afinal, na zona de negócio por excelência dos muitos emigrantes chineses, árabes, indianos, sul-americanos, entre muitos outros, que um dia escolheram Espanha e Madrid.
Entroncado por quatro pontos nevrálgicos da movida madrilena – Plaza Mayor, Lavapiés, La Latina e Embajadores -, o tempo e a alma das gentes fizeram do Rastro um dos destinos mais simbólicos e apetecíveis dos fins de semana da grande capital espanhola.