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                                ao quinto álbum os Incubus parecem ter, 
                                finalmente, atingido a maturidade. Depois de com 
                                “Make Yourself” (1999) e “Morning 
                                View” (2001), sob orientação 
                                do lendário produtor Scott Litt, já 
                                terem abandonado a estética rap-metal dos 
                                dois primeiros álbuns em função 
                                de uma abordagem mais popular, os Incubus completam, 
                                agora, a metamorfose.
                                “A Crow Left of the Murder” é 
                                um disco “cheio de rock”. Quer na 
                                forma, quer no conteúdo. Isto é, 
                                quer a nível musical, quer lírico. 
                                Dois aspectos que evoluiram, e de que maneira, 
                                desde o anterior registo. As guitarras de Michael 
                                Einziger alternam os riffs pesados com os solos 
                                jazzy. A voz de Brandon Boyd solta-se. Torna-se 
                                mais ampla. Tão depressa está na 
                                rua a sublevar, com urros de revolução, 
                                o povo contra a tirania (“Megalomaniac”), 
                                como de seguida se recolhe aos claustros onde 
                                se choram as mágoas em privado (“Here 
                                in my room”). Pode parecer um caso de esquizofrenia 
                                – aliás, não está provado 
                                que não seja – mas a verdade é 
                                que “A Crow Left of the Murder” soa 
                                impecavelmente bem. E no universo Incubus, este 
                                é, sem margem para qualquer contestação, 
                                o melhor registo de sempre.