António Fidalgo

2004-2005 na UBI

Acabado o mês de Agosto, aí está o ano lectivo de 2004/2005 à porta. Dia 20 de Setembro recomeçam as aulas. A UBI volta à rotina do trabalho normal de uma universidade, em particular o ensino e a investigação. Se as rotinas são importantes, também é importante não ser rotineiro. Os desafios que se colocam actualmente às universidades portuguesas, e em particular às mais jovens, devem ser enfrentados com planos estratégicos claros e sólidos. É tão mau estar sempre a inovar e modificar tudo, como nada alterar e fazer tudo como dantes.

Os principais desafios que enfrenta a UBI este ano continuam a ser a continuada diminuição de candidatos ao ensino superior e a reduzida produção científica. É verdade que a UBI tem sabido superar melhor o desafio da falta de candidatos que outras universidades portuguesas juniores, mas, à medida que a diminuição de novos alunos aumenta, o risco de a UBI ser atingida nesse ponto torna-se mais próximo. A criação de cursos de forte procura como Medicina, Psicologia, Arquitectura e Design, foi uma medida extremamente acertada sob todos os pontos de vista. Os candidatos a estes cursos arrastam sempre consigo candidatos a outros cursos. Em linguagem do marketing dir-se-á que tais cursos atractivos funcionam como lojas âncora dos centros comerciais. E foi assim que, aumentando o número de cursos e de vagas, a UBI conseguiu aumentar também a taxa de alunos admitidos. Crescendo em áreas canónicas do ensino universitário, como medicina e letras, fortaleceram-se as áreas científicas mais antigas na instituição, as ciências exactas e as engenharias.

Mas continuando a diminuir o número de alunos que se candidatam ao ensino superior, o desafio mantém-se e a resposta não pode ser a mesma – o que seria rotineiro – mas a de ganhar corpo. A UBI fez 18 anos em 2004 e a idade de forte crescimento passou. Entramos numa fase em que tem de apostar no ganhar corpo, entendida esta expressão como uma melhoria no ensino, nas diferentes vertentes, e uma produção científica pelo menos idêntica à das universidades mais antigas. Nas diferentes vertentes da melhoria do ensino e do apoio directo aos alunos, incluem-se uma maior eficiência dos serviços académicos e o reforço da acção social. As inscrições online às disciplinas, de que dá notícia este número do Urbi, são uma medida importante, já que facilitam a vida dos estudantes e tornam mais ágeis os serviços. Quanto ao reforço da acção social há a destacar este ano lectivo a entrada em funcionamento da nova residência de estudantes inaugurada pelo Primeiro-Ministro em de Abril de 2004 e que aumenta significativamente o número de alunos que a UBI pode alojar.

O outro elemento não menos importante do que entendo por ganhar corpo é o incremento significativo da investigação na UBI. O prestígio de uma universidade advém fundamentalmente da ciência que produz. Os docentes da UBI têm de publicar mais e melhor, têm de criar centros de investigação reconhecidos e bem avaliados pelos seus pares, têm de atrair estudantes de pós-graduação, de mestrado, doutoramento e de pós-doutoramento. Não há alternativa a esta necessidade imperiosa de fazer investigação e ciência na UBI. Ganha-se corpo ensinando melhor e investigando mais. Essa é a melhor medida para a UBI ultrapassar os desafios com que se confronta.