|   Esta é a primeira 
                        vindima que Ângelo Jesus faz na Adega Cooperativa 
                        da Covilhã (ACC). Licenciado em enologia, descreve 
                        o exercício da sua profissão de forma comparativa 
                        com as ciências laboratoriais. Saber trabalhar um 
                        vinho, conferir-lhe personalidade através dos vários 
                        passos da produção, são resultados 
                        de experiências científicas feitas com “o 
                        néctar dos deuses”. 
                        O enólogo que agora está responsável 
                        pela produção dos vinhos da Cooperativa 
                        da Covilhã mostra-se confiante com o resultado 
                        da vindima deste ano. A política da adega tem determinado 
                        regras que conduzem ao melhoramento dos produtos. Este 
                        ano “continuamos com a recepção das 
                        uvas separadas, isto é, dias marcados só 
                        para receber uvas brancas e outros só para uvas 
                        de tinto”, adianta o enólogo. Esta decisão, 
                        que segundo os responsáveis, “tem repercussões 
                        no produto final”, não é fácil 
                        de ser implementada pelas várias centenas de sócios. 
                        Uma medida que requer, por parte da adega e dos associados, 
                        “mudanças e investimentos”, sublinha 
                        Ângelo Jesus. Este cientista do vinho, explica que 
                        “durante a sua vida, um enólogo tem apenas 
                        30 ou 40 oportunidades de experimentar novas formas de 
                        produzir vinhos”. Isto porque, “cada vindima 
                        pode ser encarada como uma nova experiência”, 
                        mas Ângelo Jesus acrescenta que, “se algo 
                        correr mal, há muita coisa em jogo”. Devido 
                        a todas estas condicionantes, os responsáveis pela 
                        ACC, têm vindo a implementar as modificações 
                        necessárias, “de forma gradual”. 
                       
                      
                         
                            
                                
                                Fernando Alvim ambiciona 
                                fazer uma curta metragem 
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                              Reconquistar mercados
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                      As vinhas da Beira Interior, nomeadamente as que compõem 
                        o vinho da cooperativa, delimitadas pelos concelhos de 
                        Belmonte, Covilhã, Penamacor e Fundão, “são 
                        de boa qualidade”, confirma o enólogo responsável 
                        pela produção de vinhos. A este factor geográfico 
                        juntam-se também as condições climatéricas, 
                        “que este ano devem proporcionar vinhos mais aromáticos 
                        e frescos”. 
                        Uma das grandes apostas do novo enólogo e “de 
                        toda a direcção”, reside nos vinhos 
                        brancos. A qualidade deste produto “com marca da 
                        Covilhã” já teve grande renome no 
                        mercado dos vinhos. Para a cooperativa, com as novas formas 
                        de produção de vinho e “baseado em 
                        conhecimentos adquiridos”, uma das principais apostas 
                        para este ano “passa por fabricar um vinho branco 
                        de qualidade”. 
                        Em relação aos tintos, a Adega da Covilhã 
                        vai continuar a apostar na recepção de uvas 
                        separadas e sobretudo, “em vinhos produzidos a partir 
                        de castas monovarietais”. Estes produtos têm-se 
                        revelado os mais premiados. São também vinhos 
                        que “conquistaram o seu lugar no mercado através 
                        da colheitas de sócio ou vinhos específicos”, 
                        sublinham os membros dirigentes da cooperativa. 
                      
                         
                            
                                
                              
                              Vindimas até 6 de 
                              Outubro  | 
                            
                                
                                Este ano, a aposta vai no sentido de vinhos frescos 
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                       Os associados da cooperativa começaram ontem, 
                        13 de Setembro, a entregar as suas uvas na Adega da Covilhã. 
                        Os dois primeiros dias estão destinados a receber 
                        as uvas brancas e o tinto rufett. Esta escolha “é 
                        feita a pensar na produção separada” 
                        e na melhoria dos vinhos. Depois de um trabalho normal 
                        que consiste “na lavagem e manutenção 
                        das instalações e de toda a maquinaria que 
                        é utilizada na produção do vinho”, 
                        os responsáveis pela ACC decidiram-se por esta 
                        data. Até 6 de Outubro, os cerca de 800 associados 
                        vão entregar “as suas produções 
                        na nossa adega”. 
                        Quanto aos vários vinhos que a adega tem no mercado, 
                        Ângelo Jesus adianta que se vão manter todos. 
                        O vinho kosher “Terras de Cabral” pode mesmo 
                        vir a ser produzido a partir de uvas brancas. Essa decisão 
                        cabe à União Ortodoxa, adianta o enólogo 
                        da Adega da Covilhã. As amostras recolhidas ao 
                        longo do ano e as cotizações feitas pela 
                        direcção da cooperativa “conferem 
                        boas perspectivas” para a produção 
                        de 2004. 
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