Oliveira liberta-se do seu marcador e prepara-se para rematar


Ficha do Jogo


Complexo Desportivo da Covilhã (Covilhã)
(29-08-2004)




Árbitro: António Batista (Portalegre)
Auxiliares: AM. Ancelmo e Paulo Quintino


Sp. Covilhã- 0
Luis Miguel, Cláudio, Real, Banjai, Trindade, Nuno Coelho, Cunha, Tarantini, Kaká (79), Cordeiro, Canário (56), Oliveira, Luís Pedro (64) e Luizinho.
Treinador: Fernando Pires


Fátima - 0
Pedro Duarte, Índio, Borges, Esteves, Filipe Correia, Miguel Gama, Morgado, Pimenta (66), Hugo Carvalho, Carioca, Antero, Alex e Dino (45).
Treinador: Paulo Torres


Ao Intervalo: 0 - 0


Disciplina: cartão amarelo a Filipe Correia (39), Oliveira (63), Esteves (6), Hugo Carvalho (74), Pimenta (78) e Trindade (89). Cartão vermelho a Cunha (67).

Complexo Desportivo estreia-se sem golos na II B
Falta de eficácia dita empate sem golos

A exibição foi melhor que na primeira jornada. Mas, ainda assim, não chegou para o Covilhã ultrapassar um Fátima a jogar, deliberadamente, para o empate .

Alexandre S. Silva
NC/Urbi et Orbi


A estreia do Complexo Desportivo em jogos da II B não foi a mais positiva. Mas também não foi má de todo. O Covilhã empatou sem golos na recepção ao Fátima e soma apenas um ponto em dois jogos. O resultado, porém, é o aspecto mais negativo da tarde do último domingo. Em relação ao jogo inaugural, a equipa mostrou ter evoluído em todos os sectores, excepto na capacidade de finalizar lances ofensivos.
Frente a um Fátima mais preocupado em defender o resultado, os covilhanenses cedo assumiram as despesas do jogo. Fanã, que já tinha avisado que o jogo era para ganhar “custe o que custar”, colocou na frente Luizinho e Oliveira, apoiados nas costas por Tarantini. E a estratégia até poderia ter dado frutos bem cedo. Logo aos 11 minutos, Oliveira, isolado por Luizinho, tem a primeira perdida incrível da tarde. Na cara do guarda-redes Pedro Duarte, com o caminho aberto para a baliza, remata torto e muito ao lado.
O Covilhã dominava a partida, embora com o consentimento dos fatimenses que se limitavam a defender o seu reduto à espera da melhor oportunidade para lançar um contra-ataque. Situação que, durante os primeiros 45 minutos, ocorreu por apenas uma vez e que terminou com uma defesa aparentemente fácil de Luís Miguel. De resto, era quase impossível ultrapassar a primeira linha defensiva serrana, onde Nuno Coelho, mais esclarecido que Cunha, impunha a sua autoridade. E nos poucos lances em que o Fátima ultrapassou o meio-campo e entrou no último terço de terreno, nem Banjai (exibição soberba no eixo da defesa) nem Real concederam espaços de manobra.
Com uma defesa e um meio-campo a actuar de forma segura seria de esperar um ataque mais destemido e acutilante. Mas nada disso. Foi preciso esperar até aos 35 minutos para se ver novo lance de perigo junto da baliza do Fátima: Tarantini descai para a direita, deixa dois defesas pelo caminho, vai à linha e cruza para a boca da baliza. Tudo perfeito. Excepto o entendimento entre Luizinho e Oliveira que, na hora do remate, se atrapalham mutuamente e deixam a bola sobrar para Pedro Duarte. Antes do intervalo, Luizinho volta a ter a possibilidade de desequilibrar o marcador, mas acaba por rematar ao lado pressionado por um defesa adversário.

Expulsão de Cunha dificulta missão

No segundo tempo esperava-se um Covilhã mais eficiente, mas foram os forasteiros que entraram mais determinados. O Covilhã perdia o meio-campo e o Fátima começava a levar o jogo para perto da baliza de Luís Miguel. Por duas vezes foi Nuno Coelho (aos 52 e aos 71 minutos) quem salvou a “honra” da casa ao evitar, em cima da linha, o golo aos avançados do Fátima. A situação só se inverteu com a entrada de Canário aos 56 minutos. O médio ofensivo renovou a força do sector intermediário sportinguista e ainda causou inquietação aos pupilos de Paulo Torres com os seus remates de meia distância. Mas a sua contribuição ofensiva ficou-se por aí.
Depois, aos 68 minutos, vinha o pior. Cláudio, pressionado no meio campo, esqueceu-se que era o defesa mais recuado da equipa e, em vez de atrasar a bola ao guarda-redes ou jogar para fora do campo como se impunha, tentou o passe lateral para um companheiro. Pimenta intercepta e corre para a baliza sem oposição e acaba derrubado por Cunha – não tinha outra alternativa – à entrada da área. O serrano é expulso e deixa o Covilhã ainda mais débil a meio-campo.
A jogar em superioridade nos últimos vinte minutos, o Fátima assume, pela primeira vez, o controlo do jogo, mas não tira grande partido disso. O Covilhã fecha bem os caminhos para a sua baliza e passa a apostar no contra-ataque, que esbarra sempre na defesa forasteira. Até ao final da partida assistiu-se a uma partida morna sem situações de perigo em qualquer baliza. O nulo acaba por ser um castigo para a falta de discernimento no ataque covilhanense e um prémio imerecido para um Fátima que, até à expulsão de Cunha, jogou deliberadamente para o empate.