Diz o recém licenciado em Engenharia Aeronáutica que os meios aéreos só são eficazes se conseguirem manter água, de seis em seis minutos, na linha de fogo. Para que numa região montanhosa e de declives acentuados, como é a da serra da Gardunha, este combate seja efectivo, o melhor meio aéreo é o helicóptero, adianta Nuno Neto, o autor do estudo intitulado Sistema Integrado de Vigilância e Combate a Incêndios no Interior do País – o caso do concelho do Fundão. Dois dos parâmetros levados em linha de conta por este jovem natural de Loulé consistem na minização de custos e maximização dos meios de combate. Para Nuno Neto, os incêndios florestais são complicados de combater, muitas vezes, devido “ao sub-aproveitamento dos meios”. Nem sempre as aeronaves pesadas podem actuar. No caso em concreto, existem alguns pontos de água que podem ser fundamentais para este aviões, mas caso estes não se encontrem nas imediações dos sinistros, o abastecimento tardio destes aviões faz decrescer o seu rendimento. Daí que o meio aéreo mais eficaz no combate a incêndios seja o helicóptero.

Nuno Neto, para além de ter recebido “todo o apoio necessário” da Câmara Municipal do Fundão, conseguiu que os responsáveis lhe disponibilizassem mapas e localizações de pontos de água, caminhos florestais e áreas de maior interesse para esta tese de licenciatura. Daí que o autor se mostre “bastante agradado” com a parceria feita com a autarquia.
Durante o seu estudo, Nuno Neto constatou que o concelho do Fundão está bem “apetrechado” de pontos de abastecimento. A tese dos seis minutos com água na linha de fogo, “é possível de ser estabelecida na área em causa”. Para o jovem natural de Loulé, os pontos de abastecimento distribuídos por toda a serra da Gardunha, são suficientes para que um helicóptero consiga abastecer e chegar à frente de fogo com água, de seis em seis minutos. Algumas modificações em locais estratégicos fazem parte das recomendações do plano. A autarquia parece estar interessada em implementar este estudo no terreno.