Al Jourgensen dos Ministry 
                                não foi a primeira pessoa a utilizar a 
                                frase "Quanto mais as coisas mudam, mais 
                                ficam na mesma". Mas quando se olha para 
                                a autêntica enchilada que é a carreira 
                                da banda de Metal Industrial mais famosa do mundo, 
                                o efeito boomerang é simplesmente brutal. 
                                O primeiro disco de platina dos Ministry, "Psalm 
                                69" de 1992, continha a faixa "N. W. 
                                O.", uma música de punho cerrado salteada 
                                com samples do então presidente George 
                                Bush a pronunciar-se sobre o domínio do 
                                mundo. Dez anos depois, Bush Jr. brinca com os 
                                seus comboios na Sala Oval e o mundo está 
                                a ferro e fogo. Por isso, apesar do segundo disco 
                                dos Ministry para a Mayan/Sanctuary se chamar 
                                "Houses Of The Molé" e evocar 
                                comida mexicana e os mestres do Metal Led Zeppelin, 
                                bem que poderia chamar-se "All Fluxed Up".
                                Enquanto Al Jourgensen afirma que "eu só 
                                consigo escrever bons discos quando está 
                                um republicano na Casa Branca", "Houses 
                                Of The Molé" é a mais forte 
                                e demolidora proposta dos Ministry desde "Psalm 
                                69". Desde os acordes pronunciadores do tema 
                                de abertura "No 'W" (o único 
                                tema do álbum que não começa 
                                por um "W"), adensados pela "Carmina 
                                Burana" e polvilhados - de novo - pelas declarações 
                                imperialistas de um Bush, este disco arde com 
                                a força do Metal e explode com o ritmo 
                                do Industrial, com um poder sónico que 
                                não se encontra em mais nenhuma banda no 
                                mundo.