Por João Lourenço


A falta de alunos levou a que a Associação de Estudantes não realizasse o protesto

A fraca divulgação e o desinteresse dos alunos fizeram com que a manifestação que estava agendada para o passado dia 14 de Outubro, na UBI, como forma de luta contra as propinas, fosse um fracasso. A manifestação deveria ter saído do pólo IV às 14 horas e terminar na Reitoria o que não veio a acontecer. No pólo IV o número de manifestantes era inferior a dez.
Por volta das 15 horas, Nuno Costa, o actual presidente da Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI) deslocou-se ao pólo I, onde se deparou com um cenário ainda mais crítico, não havia um único manifestante. Para explicar a fraca adesão por parte dos estudantes, Nuno Costa encontra justificações como “os problemas técnicos que afectam a associação e que impossibilitaram uma melhor divulgação do acontecimento e o desinteresse por parte dos alunos”. O presidente da AAUBI mostrou-se preocupado com o facto das atenções dos estudantes se virarem primeiro para o plano da Recepção ao Caloiro. O responsável entende que a situação foi crítica e assegura que “a seguir à recepção a forma de divulgação das actividades vai ser mudada para melhor”.
O presidente da AAUBI mostrou-se preocupado com o processo de Bolonha e com o atraso dos Serviços de Acção Social na atribuição das bolsas. A associação quer saber se os alunos têm condições para continuar a estudar e deixou também a ideia da luta dos estudantes pela lei da autonomia dos órgãos universitários defendendo que os alunos devem ter “paridade” nos órgãos de gestão das universidades. Costa admite que os alunos estão desinteressados em lutar contra as propinas uma vez que existe maioria parlamentar o que torna quase impossível a revogação da lei, no entanto deixa o apelo à luta até o objectivo ser alcançado e pede a mobilização “total” dos “ubianos” para a próxima “manif” geral que se realizará no próximo dia 4 de Novembro, em Lisboa.
Rui Mota, um dos candidatos à presidência da AAUBI nas eleições que deram a vitória a Nuno Costa acusa a actual direcção de ter feito uma má divulgação da iniciativa. “A quantidade de faixas foi zero, a quantidade de cartazes da AAUBI foi zero e os panfletos eram de um tamanho reduzido”. Rui Mota afirma que “não houve conversas com os núcleos no sentido de mobilizar os alunos, porque a mobilização não se faz de um dia para o outro”e justifica o facto de estudantes que estariam interessados em participar terem faltado porque estariam em aulas. Mota acusa a AAUBI de incumprimento ao não ter aceite a “Caixa das Lamentações”, ou seja, as críticas dos alunos por escrito, que seriam entregues depois na Reitoria. Aos olhos da oposição, a direcção da AAUBI não foi capaz de dar resposta às necessidades dos alunos, originando uma “manifestação fracassada”.
Nuno Costa assume as responsabilidades em nome da AAUBI e deixa a promessa deste facto não se repetir.