A mostra de artes vai ser organizadas pela secção cultural da Associação Académica
Art’UBI de regresso à Covilhã
Novas perspectivas

A 8ª edição da Mostra de Artes da Universidade da Beira Interior aposta forte no teatro e em novas performances. A secção cultural da AAUBI, responsável pelo evento, espera participação massiva nas actividades apresentadas.


Por José Miguel Reis


Ultimam-se os preparativos e estabelecem-se os derradeiros contactos para mais um Art’UBI na Covilhã. Sob a chancela da AAUBI, o Art’UBI – Mostra de Artes da Universidade da Beira Interior – leva ao grande público um cartaz cultural alternativo, que dá a conhecer o que de inovador e experimental se faz em campos tão díspares como a dança e o teatro, a música e o cinema, entre outros.
De 16 de Novembro a 4 de Dezembro, a 8ª edição do Art’UBI fomenta uma nova perspectiva da Arte, em interacção constante com o público. Para Paula Nunes, da Secção Cultural da AAUBI, responsável pela organização do evento, esta é “uma boa mostra, com várias actividades, que se podem e devem aproveitar”. Segundo a mesma, “toda a comunidade deve aderir e pretendemos envolver os futuros alunos da UBI, com o fim de lhes incutir novas visões, mais alargadas, do que é a Arte, e despertar neles o gosto e interesse por iniciativas como esta”. Para tal, apresenta o seu próprio exemplo, elucidativo do que espera: “ Sou da Covilhã, e sempre que surgiam eventos culturais e mostras artísticas na cidade, participava activamente, tendo sido recorrente a minha presença nas edições anteriores. Ia sozinha e não me sentia mal”, conclui.
São vários os espectáculos que compõem este certame, maioritariamente gratuitos, exceptuando o VI FATFUBI- Festival Académico de Tunas Femininas da Universidade da Beira Interior, levado a cabo pelas “Moçoilas”, no dia 18 e o espectáculo dos Dazkarieh, um grupo de música experimental, que utiliza instrumentos tradicionais das mais variadas culturas, no dia 25. “São apenas estes os dois espectáculos com bilheteira”, afiança a organizadora.
No programa desta edição, destaque ainda para uma exposição de pintura e duas de fotografia: uma, de fotografias da revista Cais, a expor no Museu dos Lanifícios e outra, que aborda as perspectivas de dois designers e um arquitecto sobre uma mesma situação/objecto.
No que concerne ao teatro, a Companhia “Farpas”, de Caneças, traz à Covilhã a peça “Em cima do piano está um copo com veneno”, sem data avançada e os finalistas do curso de Arte e Espectáculo do ESMAE apresentam “Flash Motel”, dia 24. O Teatro do Imaginário, de Pinhel, leva à cena “Os Nomes da Terra”, dia 30.
A dança contemporânea marca passo nesta mostra, com “Viagem ao meu Cérebro”, uma peça coreográfica de Ana de Castro, e “Impressões”, um espectáculo de Ana de Castro e Carla Jordão, a realizar a 27 de Novembro.
Route Caravan, um projecto de sonoridade experimental, subirá ao palco para encantar os covilhanenses; workshops de vídeo e pós – produção em vídeo, sob o comando de Rui Garcia, e uma feira de artesanato na Covilhã, são outras das actividades encetadas pelo Art’UBI.
Os espectáculos têm lugar no Teatro-Cine, pelas 21h30, com excepção de “Viagem ao meu Cérebro”, na sala de ensaios da AAUBI, pelas 22 horas e os workshops, no CREA.
Questionada sobre os custos que uma mostra destas acarreta, Paula Nunes diz que “custa caro”, não possuindo dados oficiais que a permitam avançar um número preciso. Contudo, são apoiados, em parte substancial, pela UBI, pela Câmara Municipal local e pela Fundação Calouste Gulbenkian. "O Ministério da Cultura não apoia, pois já haviam deliberado todo o orçamento aquando da entrega da nossa proposta. O Art’UBI foi excluído, resultado do atraso na cedência do projecto, devido aos estatutos da UBI, que impossibilitaram à AAUBI uma organização e entrega do programa a tempo e horas”, ironiza a responsável.
Apesar das muitas portas que se fecharam e da tardia divulgação do acontecimento, as expectativas são as melhores e espera-se uma adesão massiva de toda a comunidade, particularmente dos estudantes da UBI, abertos a novas experiências culturais. “Esta mostra não é para uma pequena minoria, mas aberta a toda a população”, salienta Paula Nunes.