Ana Ribeiro Rodrigues
NC / Urbi et Orbi


A ministra do ensino superior veio ao Fundão dar luz verde para a escola de Turismo

A Ministra da Ciência, Inovação e Ensino Superior, Maria da Graça Carvalho, assinou na última segunda-feira, 8, durante a cerimónia comemorativa do aniversário do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), o protocolo para a instalação da Escola Superior de Turismo no Fundão, o futuro pólo desta instituição de ensino. Depois da capital de distrito seguiu-se a visita à cidade fundanense, onde a governante visitou as obras da nova Escola Profissional da cidade, junto ao Centro de Saúde, onde provisoriamente vai ficar instalado o curso, e falou na decisão de trazer o Ensino Superior público para o Fundão com o objectivo da qualificação profissional na área e como um contributo para o desenvolvimento da região.
O processo ainda está em curso e há várias questões administrativas para resolver no ministério da tutela, mas o presidente da Câmara do Fundão, Manuel Frexes, espera que no início do próximo ano lectivo já esteja tudo pronto para receber os primeiros alunos. Numa fase inicial as aulas vão decorrer nas novas instalações da Escola Profissional, que deve estar concluída em Março, mas já está escolhido o terreno para a construção da futura Escola, no sítio dos Arraiais, junto ao campo de futebol da cidade.
Quanto à Escola Profissional a obra está orçada em 2 milhões e 900 mil euros e só está assegurado o apoio comunitário de 800 mil euros. Mas Frexes diz que a sua política não é estar à espera do financiamento para se fazerem as coisas depois, "senão não se fazia nada". O diferencial está a ser negociado com o Ministério da Educação e outras entidades e mostra-se confiante que vai garantir o valor em falta "em qualquer janela de oportunidade que aparecer".

Reparar uma injustiça

A ministra diz que o Instituto Politécnico já enviou a proposta do novo curso que vai ser posta à consulta do Conselho Coordenador dos Politécnicos e do Conselho Executivo do Ensino Superior. Maria da Graça Carvalho sublinha ainda que a prioridade do ministério é optimizar o que já existe e não criar novos estabelecimentos de ensino. Mas explica que a Escola Superior a instalar no Fundão foi uma excepção por ser na área do turismo, estar ancorada na experiência de uma escola profissional que já existe com as instalações que tem e tendo em conta que a uma cidade como o Fundão faltava o Ensino Superior público. E acrescenta que “sendo a área do turismo tão importante para a nossa economia e que tanto precisa de qualificação foi considerada uma dessas excepções”.
A governante rejeita a ideia de que, uma vez que em Seia existe também o curso de Turismo, esteja a haver desperdício de meios e recursos. Diz que é importante aumentar a percentagem de licenciados, qualificar as pessoas e que há espaço para mais uma Escola Superior de Turismo. E fala na necessidade de haver interacção entre estabelecimentos de ensino. Para Manuel Frexes a instalação da Escola vem reparar uma injustiça cometida com o Fundão quando fechou o Magistério Público. "Faltava aqui o último elo" da cadeia de ensino, frisa o autarca. E realça que para combater a desertificação, o envelhecimento da população e conseguir fixar jovens no concelho é necessário "ganhar a aposta do emprego, do mais ao menos qualificado", para que a Escola pode contribuir. E acrescenta que é necessário povoar o território também com instituições.