O corpo e a expressão deste 
                        estiveram em destaque numa peça marcada pela diferença 
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                        Dança Contemporânea 
                           “Viagem ao meu 
                          cérebro” 
                           
                            Uma ténue 
                          luz direccionada para o centro do palco vazio, um batimento 
                          cadenciado e perturbador abrem caminho para uma “Viagem 
                          ao meu cérebro”, espectáculo de 
                          Dança Contemporânea protagonizado por Ana 
                          de Castro.  
                           
                           
                            
                        
                           
                               
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                               Por Mariana 
                                Pombo 
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                     O espectáculo, 
                      inserido no Art’UBI, teve lugar na sexta-feira passada, 
                      dia 26, na Sala de Ensaios da Associação Académica 
                      da Universidade da Beira Interior (AAUBI) que apesar de 
                      pequena foi suficiente para o reduzido número de 
                      espectadores. 
                      Às 22 horas, depois da porta se fechar, a intensidade 
                      das luzes diminui lentamente e o silêncio é 
                      quebrado por um batimento quase cardíaco que marca 
                      os passos de Ana de Castro. A música inicia-se num 
                      ritmo mais acelerado e aí a artista desprende-se 
                      em movimentos rápidos ondeados e complexos. As expressões 
                      de desassossego, inquietude, estranheza e os movimentos 
                      quase que epilépticos exprimem todo um conjunto de 
                      sentimentos que podem passar pelo cérebro humano. 
                      Num pano branco eram projectadas imagens de alguém 
                      que também executava movimentos técnicos semelhantes 
                      aos da artista e que significavam “o aspecto real 
                      de seres que habitam a nossa cabeça” como disse 
                      Ana de Castro. Segundo ela o espectáculo “não 
                      tenta exprimir algo em concreto. É uma apreciação 
                      do que se pode passar no cérebro humano em comum. 
                      Trata-se de uma percepção de como o ser humano 
                      reage com a sua vida quotidiana”. A artista diz ainda 
                      que “é um espectáculo para ser apreciado, 
                      causar uma reacção no público e não 
                      deixar que ele se instale.” Amélia Costa e 
                      Helena Mafra, duas estudantes da UBI que assistiram, confirmam 
                      mesmo essa interacção dizendo “que ao 
                      longo do espectáculo sentiram a tranquilidade, a 
                      inquietude e até o desespero” transmitidos 
                      pela personagem encarnada por Ana de Castro.  
                      O palco era pequeno mas a artista diz “que isso não 
                      funciona como uma entrave, muito pelo contrário proporciona 
                      a proximidade com o publico e a interacção 
                      é muito mais bem conseguida”. 
                      A protagonista, que adquiriu formação no Ballet 
                      Teatro do Porto e na Escola Superior de Dança em 
                      Lisboa, vive nesta arte já desde os seus 16 anos 
                      e segundo ela, quando faz este tipo de espectáculos, 
                      não pretende que lhe digam “que entenderam 
                      ou não aquilo que foi interpretado por ela”, 
                      prefere que lhe digam “que gostaram ou não. 
                      Pois o espectáculo é de apreciação 
                      individual e de interpretações muito pessoais”. | 
                   
                 
                
                
                  
               
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