Por Eduardo Alves


O covilhanense José Sócrates prometeu na cidade serrana, que se for eleito chefe do Governo, as SCUT's ficam sem portagens

“Caía a noite sobre a Praça do Município quando José Sócrates e toda a comitiva do PS invadiram um pequeno espaço comercial colocado no centro da cidade. Beijos, abraços, sorrisos, e até alguns vivas foram colocando em segundo plano a Feira de Actividades Tradicionais que decorre naquele espaço. Os carróceis, que nesta época natalícia ocupam também uma parte do espaço, perderam, ainda que momentaneamente, toda a sua capacidade de atracação de miúdos e graúdos.
Foram muitos os que engrossaram a comitiva socialista, ainda que só por curiosidade, com a finalidade de ver “um dos filhos da cidade”, ou “o próximo Governo”. Conotações que Sócrates diz serem agradáveis. Já em passo de corrida, o secretário-geral do maior partido da oposição percorre as ruas estreitas do centro histórico em direcção à sede do Oriental de São Martinho. Mesmo antes de entrar nas instalações, agora renovadas, já Sócrates recebia aplausos dos simpatizantes. O momento que mais aqueceu a noite estava reservado para a altura em que o engenheiro da Covilhã que chegou ao lugar máximo do PS discursava. Logo após ter recebido das mãos do presidente da colectividade uma medalha por ter feito parte da comissão de honra do 50º aniversário do Oriental, Sócrates falou aos muitos simpatizantes.
Num discurso marcado pelas lembranças dos tempos que passou na Covilhã, pelo recordar da importância que as gentes serranas tiveram “para a formação do carácter” e pela forma como “as pessoas desta região lutam por um objectivo”, Sócrates levou da cidade natal bastante conforto. Os apoiantes de ocasião lá iam cumprimentando o candidato a primeiro-ministro e dizendo “é desta”.




Portagens não serão pagas pelos utilizadores

No périplo de Sócrates, o jantar em Castelo Branco com cerca de mil e 500 militantes socialistas era o ponto mais importante. A passagem pela Covilhã contou com alguns apoios e declarações aos jornalistas. Por entre as perguntas sobre a demissão do Governo e as supostas coligações entre Santana Lopes e Paulo Portas, Sócrates apenas referiu que “essas são atitudes tomadas por quem não tem outra forma de estar na vida e na política”. O covilhanense acrescentou mesmo que “a corrida às eleições, feita por uma coligação, é para quem tem medo de avançar sozinho”.
Das poucas questões respondidas aos jornalistas, sobre a região, Sócrates disse que “caso seja eleito, as auto-estradas sem custo para o utilizador, SCUT’s vão permanecer sem custos”. Na óptica do candidato, “não faz qualquer sentido estar a colocar portagens neste tipo de vias”. O ex-ministro do Ambiente recordou ainda que estas vias foram “obras socialistas” e se nessa altura foram projectadas para não terem portagens “não seria agora, que pela mão do PS, as portagens se tornassem realidade para os utilizadores”.