Fernando Negrão visitou as instalações da Santa Casa da Misericórdia
Visita ministerial
Santa Casa recebe verba em falta
no dia da inauguração do lar

A obra, com capacidade para 104 utentes, custou cerca de cinco milhões de euros e teve um apoio de 750 mil do Estado. Na cerimónia o ministro da Segurança Social, Fernando Negrão, anunciou a atribuição de 50 mil euros para a instalação do ar condicionado.


Ana Rodrigues Ribeiro
NC / Urbi et Orbi


O lar da Santa Casa da Misericórdia da Covilhã, a funcionar desde Outubro nas recuperadas enfermarias do antigo hospital, foi inaugurado na última sexta-feira, 28. Uma cerimónia em que marcou presença o ministro da Segurança Social, da Família e da Criança, Fernando Negrão, durante esta jornada de inaugurações, que começou em Castelo Branco e continuou à tarde no Fundão.
Com ele trouxe o anúncio de que a verba de 250 mil euros, correspondente à terceira prestação do apoio total, de 750 mil euros, está contemplada no PIDDAC. O governante atribuiu ainda 50 mil euros à instituição para a instalação do ar condicionado na infra-estrutura. Quanto a um maior apoio, com o aumento de número de camas convencionadas, o governante diz que, de forma criteriosa, se deve ter em conta tudo o que seja o apoio às populações idosas. No entanto, acrescenta que "não se pode ir mais longe dentro das competências que o estado tem actualmente".
A nova valência, que se divide em duas unidades, com capacidade para 52 idosos cada, custou cerca de cinco milhões de euros, (um milhão de contos, o que obrigou a instituição a recorrer à banca. A ligação entre os dois lares é feita por uma área comum onde, nas salas e corredores, estão instalados serviços como um cabeleireiro, um ginásio para manutenção e um de dimensões mais reduzidas, para fisioterapia ou mesmo uma capela. A ideia é fazer com que os idosos estejam o menor tempo possível nos quartos e mais nos espaços de convívio.
Os 70 quartos, metade dos quais duplos, têm todos casa de banho privativa e um sistema de chamada. Até ao dia da inauguração estavam 46 utentes nas instalações, todos com uma comparticipação que varia, dependendo de cada caso. Mas desde esta semana que as outras camas estão também ocupadas, as que terão de ser pagas na totalidade. Mesmo assim, tanto para um como para outro, as listas de espera para uma vaga aqui, tal como em instituições semelhantes, são enormes.
O provedor, José Mesquita, falou ainda na intenção de avançar, numa parceria com o Centro Hospitalar da Cova da Beira e a Cruz Vermelha, com uma unidade de cuidados continuados, para pessoas que ainda precisam de acompanhamento mas já não podem estar no hospital. Um projecto para concretizar em outros edifícios do antigo hospital que serão recuperados.
Fernando Negrão frisa que o grupo que mais cresce nos idosos são os que têm mais de 80 anos. "Estamos a falar de dependências gravíssimas e os hospitais de retaguarda são fundamentais e devem ser apoiados pelo Estado", acrescentou, sem, no entanto, se comprometer.
Entre os muitos convidados presentes na cerimónia de inauguração esteve também o padre Vítor Melícias, presidente do secretariado nacional da União das Misericórdias Portuguesas.