O mercado de volfrâmio volta a estar em alta e a nova empresa proprietária das minas quer investir de forma significativa
Americanos compram exploração
Minas da Panasqueira mudam de dono

Uma empresa norte-americana vai tomar conta das Minas da Panasqueira. Para o director-geral da Beralt Tin, Fernando Vitorino, esta é uma “boa notícia”. O Sindicato Mineiro espera que a nova empresa queira continuar a explorar.


NC / Urbi et Orbi


A empresa privada norte-americana Almonty vai ser a nova proprietária das Minas da Panasqueira, no concelho da Covilhã. É que o grupo canadiano Avocet terá decidido, em assembleia geral realizada em Londres, a venda de 49 por cento do capital que possuía na Primary Metals - que detém o controlo da Beralt Tin and Wolfram (BTW), concessionária das Minas da Panasqueira.
Esta semana, a Primary Metals anunciou que passa a ter como principal accionista a Almonty, a quem a Avocet vende 49 por cento do capital - cerca de três milhões e 400 mil acções detidas pelo grupo canadiano -, às quais a Almonty adiciona ainda 340 mil acções nominais da Primary Metals.
Fernando Vitorino, director-geral da Beralt Tin na Panasqueira, já disse que a operação financeira “não deverá concretizar-se tão rápido como seria desejável”, numa alusão à necessária autorização pela bolsa de valores. No entanto, não esconde que está optimista face ao negócio.
Para o director geral esta é, no fundo, uma “boa notícia”.
Apesar de o negócio só estar concluído quando todas as operações de transacção de acções forem validadas pela bolsa de valores canadiana, o director geral da Beralt-In tem boas expectativas. Fernando Vitorino recorda que as Minas da Panasqueira se debatem com dificuldades desde que a canadiana Avocet deixou de garantir o financiamento da unidade extractiva, em Abril de 2003. “Assim, faz todo o sentido que a passem para as mãos de quem está disposto a investir”, refere, apesar de, na nota de imprensa esta semana divulgada, “ainda nada ser dito sobre quanto se vai investir, nem em quê”, remata.
Fernando Vitorino sustenta que “há boas perspectivas, porque o volfrâmio está a dar sinal de si nos mercados e nós estamos a produzir razoavelmente. O que falta é a tal maquinaria moderna que temos vindo a pedir e acções de desenvolvimento que permitam tornar as Minas da Panasqueira exploráveis por mais 15 ou 20 anos”, conclui.
Já o Sindicato Mineiro reage de forma positiva ao negócio agora anunciado. “Temos boas expectativas”, refere António Matias. “Esperamos que estejam reunidas as condições para que a empresa possa desenvolver a mina, de maneira a explorar o subsolo durante mais anos. Para a região sempre significam mais 250 empregos”, sublinha.