Rui Morais tenta ultrapassar dois albicastrenses
Derby emotivo mas com pouco futebol
Cunha resolve com remate “inteligente”

Num jogo pobre em termos de espectáculo valeu um golo fantástico de Cunha para garantir os três pontos e animar as bancadas. O Covilhã aproxima-se de novo do topo da tabela.


Alexandre S. Silva
NC / Urbi et Orbi


A contenda parecia condenada ao empate, tal era a qualidade do futebol praticado no Santos Pinto na tarde ventosa do último domingo. Valeu, porém, a inteligência de Cunha, o único jogador em campo que ainda mostrava discernimento quando já os restantes 21 jogavam mais com o coração do que com a cabeça.
O médio covilhanense acabou por resolver a partida com um canto directo. Cunha já havia tentado uma vez, mas Monteiro salvou, mesmo em cima da linha, novamente para canto. À segunda foi de vez. O centrocampista serrano coloca a bola em arco ao segundo poste aproveitando o vento que soprava forte na direcção da baliza de Alemão. Ninguém conseguiu aliviar e a bola fez mesmo abanar as redes albicastrenses. Estava confirmada a nona vitória da temporada, a quinta no estádio serrano.
De resto, e para além do golo monumental de Cunha, pouco há a reter deste derby. Muito pobre em pormenores técnicos e em situações de golo, valeu pelo empenho e pelo esforço colocado em campo por ambas as formações.
Sem Pesquina e Oliveira, que muito certamente não vão recuperar totalmente das lesões que os afligem até final da temporada, Fernando Pires viu limitadas as suas opções para a frente de ataque, onde Luizinho esteve quase sempre sozinho. Mas nem só no ataque se sentiu a falta de peças influentes. As ausências de Milton (castigado) e Banjai, que apesar de ter jogado os últimos minutos ainda não se encontra nas melhores condições, foram notadas num meio-campo pouco esclarecido a fazer a transição defesa-ataque.
O Benfica e Castelo Branco, por seu turno, apresentava-se na máxima força. Pormenor que, no entanto, não chegou para fazer a diferença. Com todas as suas limitações, o Sporting foi quase sempre superior ao longo dos 90 minutos e foi quem mais cedo esteve perto do golo. Logo aos três minutos Luizinho poderia ter aberto o marcador, mas ao cruzamento milimétrico de Pimenta o avançado serrano corresponde com um cabeceamento para onde estava virado… ao lado da baliza. Pouco depois foi a vez de Daniel Matos por à prova os reflexos de Luís Miguel. Só à passagem da meia-hora o golo esteve perto de acontecer no Santos Pinto, mas o remate de Tarantini saiu muito por cima da baliza. Antes do intervalo foram novamente os encarnados a desperdiçar nova oportunidade. De forma desastrada, Bruno Matos desvia por cima da baliza um remate de Monteiro que levava selo de golo.

Vento ajuda leões

Na segunda parte, a jogar com o vento pelas costas, o Covilhã foi sempre a equipa mais perigosa. Na impossibilidade de entrar com a bola jogável na área albicastrense, os covilhanenses optam pelo remate de meia-distância, mas sem grande sucesso.
O Benfica, por outro lado, não conseguia ultrapassar a linha de meio-campo, e os lançamentos longos para os homens mais avançados eram sempre travados pelo vento. Após quase meia-hora sem grandes oportunidades e de futebol pouco convincente, o Sporting chega ao golo através de um canto directo convertido por Cunha que haveria de garantir os três pontos para os leões da serra.
Depois da equipa da casa se adiantar no marcador o juogo0 tornou-se mais interessante, com o Benfica a tentar o tudo por tudo para chegar ao empate. E foi precisamente nos últimos instantes que se viu, finalmente, a equipa encarnada a arriscar-se no ataque, e a causar arrepios nos adeptos locais. Parmalat consegue fugir à marcação e surge sozinho frente a Luís Miguel que vê a bola passar a escassos centímetros do seu poste esquerdo.
Antes do final, porém, coube ao Sporting a melhor ocasião para aumentar a vantagem. Cordeiro lança Luizinho que, de primeira, faz um grande remata para defesa espectacular de Alemão.
O resultado acaba por se adequar ao que se passou em campo. O Covilhã cumpriu a sua missão, mas continua a não convencer.