Alexandre S. Silva
NC / Urbi et Orbi


Uma partida pouco emotiva, onde o Covilhã arrecadou três pontos

Missão cumprida. O Covilhã fez o que lhe competia e não mais do que isso. Frente ao penúltimo da tabela, o modesto Caldas, os serranos jogaram apenas o suficiente para conquistar os três pontos em jogo. E o que interessa é que o conseguiram. Sem fazer uma partida exuberante, os pupilos de Fernando Pires – que continua a debater-se com a ausência por lesão de jogadores importantes, como o são Oliveira e Trindade – tiveram sempre o controlo da partida. E nem mesmo no período em que estiveram em desvantagem no marcador perderam de vista o objectivo do jogo. No final, o 3-1 assinalado no marcador até era lisonjeiro para os forasteiros, que poderiam ter regressado às Caldas da Rainha com uma derrota bem mais pesada.
Numa tarde especialmente fria no Santos Pinto, apenas os quatro golos serviram para aquecer os ânimos nas bancadas do velhinho estádio. E marcaram primeiro os forasteiros… com a ajuda de Tarantini que acabou por introduzir a bola na própria baliza, pressionado por um avançado contrário. Um golo que o Caldas, apesar da sua entrada impetuosa, ainda não merecia.
O golo espevitou os serranos e, nem dez minutos depois, Banjai repunha a igualdade no marcador na sequência de um pontapé de canto. Ao segundo poste, o trinco covilhanense eleva-se mais alto que os defesas opositores e cabeceia sem hipóteses de defesa para André Silva.
A reviravolta seria consumada ainda antes do intervalo num lance que deixa algumas dúvidas sobre o autor do golo. Pimenta bate um livre a mais de 30 metros da baliza do Caldas. A bola sobrevoa a confusão de jogadores na área e antes de entrar na baliza sofre um desvio de um jogador que não conseguimos distinguir (o NC atribui, porém, o golo a Pimenta uma vez que, mesmo não havendo o desvio, a bola se encaminhava para a baliza).
O Covilhã chegava à merecida vantagem em cima do apito para o intervalo. Antes, apenas por uma vez os caldenses incomodaram a baliza covilhanense, mas ao remate de Pacheco, de livre, correspondeu Luís Miguel com uma grande defesa.

Golo de “antologia” de Pimenta

O momento da tarde, aquele pelo qual valeu a pena suportar 90 minutos de frio e vento nas bancadas, estava reservado para a segunda parte. Cinco minutos depois do recomeço, Pimenta, assistido por Luizinho, “levanta as bancadas” com um daqueles golos que dificilmente desaparecem da memória. A cinco metros do limite da grande-área caldense, ligeiramente descaído para o lado esquerdo, o avançado dispara de primeira, e sem qualquer preparação, ao ângulo mais distante da baliza. André Silva, o pequeno guardião do Caldas, até podia ser o Homem-Aranha, que não chegava a esta bola.
Depois, foi só deixar passar o tempo e deixar o jogo caminhar em direcção ao final sempre em decrescendo de qualidade. Rui Miguel e Milton ainda tiveram oportunidades flagrantes para ampliarem a vantagem, mas a falta de pontaria dos leões impediu o dilatar do marcador. De resto, realce apenas para a estreia de Salcedas. O jovem médio entrou a três minutos do fim para o lugar de Luizinho, tempo insuficiente para mostrar argumentos para convencer o técnico ou as bancadas. Outras oportunidades terá, certamente.
Com este resultado o Covilhã continua na perseguição ao líder Mafra, que conseguiu assegurar o comando com uma vitória frente ao Abrantes nos instantes finais (um golo aos 89 minutos e outro ao terceiro minuto de compensação). A corrida pelo título é que é cada vez mais a dois. O Tourizense saiu derrotado de Viseu (2-1) e já está a cinco pontos de distância do Sporting serrano.