João Alves
NC / Urbi et Orbi


Segundo os responsáveis pelos caminhos-de-ferro, a linha da Beira Baixa vai ser electrificada

Em Outubro de 2006, a Linha da Beira Baixa vai ficar electrificada até à Covilhã. A garantia é dada pelo administrador da Refer e Rave, Luís Miguel Silva, que assegura ainda que “a modernização e electrificação da Linha da Beira Baixa até Castelo Branco ficará concluída até Maio de 2005.” Quanto à Covilhã, prevê-se se “chegar” com a electrificação “em Outubro de 2006”. O investimento, segundo a REFER, é de 60 milhões de euros, entre Castelo Branco e Covilhã, e mais 70 para que a electrificação se estenda até à Guarda.
Recorde-se que a electrificação da Linha da Beira Baixa para além de Castelo Branco nunca foi um dado adquirido. Aliás, vários autarcas a reclamaram, e na Covilhã, a Assembleia Municipal, em Junho de 2003 aprovou uma moção onde se exigia a electrificação entre Castelo Branco e Covilhã. Na altura, Carlos Pinto, presidente da autarquia, dizia haver uma “completa ausência de política de transportes ferroviários” em Portugal e que era esquecida uma estrutura “fundamental para o País” quando se gastavam “milhões na criação dos chamados comboios pendulares, no metro do Porto e na estação do Terreiro do Paço”. Para Pinto, a Linha estava “abandonada”.
Agora, surge a confirmação que esta será eléctrica até à Cidade Neve, o que poderá encurtar os tempos que se demoram nas ligações à capital do País, Lisboa. Mas Luís Miguel Silva lembra que esta é uma questão que já não passa só pela Refer, mas sim pela CP, dependendo dos comboios que esta puser à disposição da população. “ Esta questão pode ser colocada ao operador, a CP. Quando a Refer realiza projectos de modernização de linhas fá-lo no pressuposto de que a parametrização do traçado permita a utilização de material circulante do tipo pendular (o mais exigente em termos de traçado e de condicionantes ao projecto). Foi isso que sucedeu no caso das intervenções preconizadas para a Linha da Beira Baixa” explica este responsável. E adianta que, por exemplo, uma viagem entre a Covilhã e Lisboa, com comboios do tipo pendular alfa (pendulação activa), se fará em três horas e 15, após a electrificação, quando hoje, esta demora quatro horas e 20, com comboios sem pendulação activa. Já de Castelo Branco até Lisboa poder-se-à ir em cerca de duas horas e meia.

Documento final para nova estação vai ser assinado

Quanto à modernização da Estação de Caminhos-de-Ferro da Covilhã, que há muito se espera, poderá ver as obras arrancarem em breve. É que, segundo o Administrador da Refer, o protocolo que regerá as relações entre a Câmara e a Invesfer está a ser ultimado, de modo a se agendar uma reunião entre ambas as partes “para assinatura final do documento”.
Em fase conclusão, segundo o site da Invesfer, está o Plano de Pormenor. Previsto está a criação de um complexo habitacional, equipamento e serviços, com estacionamento em cave, com 18 mil 100 metros quadrados, novas áreas verdes, arruamentos e espaços públicos tratados.
A nova estação contempla a criação de Interface rodo-ferroviário e estacionamento público com 120 lugares, a sede da Assembleia Municipal e uma passagem inferior pedonal ao Caminho-de-Ferro junto à nova estação.