Cinismo e revolta em formato épico


 

 

 

 

 

 

 

 

 









Bad Religion



Epitaph | 2005


Já foi lançado em Julho de 2004, mas ainda vale a pena falar do último registo dos veteranos Bad Religion. Não que, ao 14º álbum de originais de uma carreira que dura há 23 anos, a banda californiana tenha desenvolvido a sua obra-prima. Não. Essa continua a ser “Suffer”, de 1989, ou “No Control” de 1990. Mas “The Empire Strikes Back” tem que se lhe diga.
Dizem os teóricos da história da música que “o punk não morre, adormece. E desperta quando o mundo mais dele precisa”. A máxima aplica-se aqui. Na apatia inexplicável dos dois colectivos conterrâneos (NOFX e Offspring) tiveram que ser os Bad Religion a insurgir-se contra os tempos conturbados originados pelas políticas internas e externas do seu país natal. “Let them eat war” (expressão ironicamente atribuída a George Bush quando confrontado com os sindicatos que reclamam mais justiça social) e “God’s love” são exemplos perfeitos do descontentamento dos esclarecidos em relação à invasão do Iraque. “Social Suicide” e “To another abyss” abordam, segundo o método da banda que vai da revolta ao cinismo, a apatia e a acomodação da população mundial em relação ao que se passa à sua volta.
Mais uma vez, os velhos heróis se erguem desafiadores entre a injustiça e um povo carente de protecção. Os malfeitores que se cuidem.