O balanço do festival de teatro foi bastante positivo
IX Ciclo de Teatro Universitário da Beira Interior
Misticismo Inca ao cair do pano

O IX Ciclo de Teatro universitário chega ao fim. Mamacona foi a última peça exibida, desta vez a cargo do grupo de teatro profissional Medea_73, de Madrid. Esta peça conta a história do auto-sacrifício de uma mulher do Antigo Império Inca. No final, soube-se ainda quais foram os grupos vencedores do Prémio do Júri e do Prémio do Público.


Por Filipa Minhós


“Escuta” – repetia sucessivamente a mulher inca aos espectadores, num cenário iluminado por velas e carregado de misticismo. Mamacona é uma peça de teatro que tem a particularidade de ser assistida em cima do palco, favorecendo um ambiente mais intimista e de maior interacção entre os actores e o público.
A Eleita para desposar o Deus-Sol, consagrada virgem, guia o espectador no seu caminho até ao Templo, apresentando os privilégios de se pertencer a uma raça superior, a raça Inca. O auto-sacrifício da Eleita permite queimar as misérias, salvar as colheitas e afastar o inimigo, motivações que justificam o auto-sacrifício em favor de uma raça. Retratando de forma fiel aquilo que seriam as cerimónias e os ritos do Império Inca, esta companhia teatral afirma ter tido muito trabalho de pesquisa e análise de obras sobre esta civilização.
A mulher inca, sempre recorrendo a movimentos corporais e à dança, toma então consciência do seu destino: a morte. Todavia, a morte não é senão um regresso à Mãe- -Terra, um retorno ao berço da Natureza. A Eleita acaba por se enforcar.
Depois de terminada a peça, e seguida da habitual tertúlia entre os actores e o público, procedeu-se à entrega do Prémio do Júri e do Prémio do Público. Nesta IX edição do Ciclo de Teatro Universitário da Beira Interior, o Prémio do Júri foi entregue ao Grupo de Teatro da Universidade de Barcelona, com a peça Don Quijote, l’abisme es un mirall infinit. Já o Prémio do Público foi atribuído ao Grupo de Teatro da Universidade Carlos III de Madrid, com o espectáculo Si yo fuera pianista. Ambos os prémios consistiram na atribuição de uma escultura da autoria do covilhanense Moreira das Neves, e de uma quantia monetária no valor de 250 euros, para o Prémio do Público, e de 500 euros, para o Prémio do Júri.
Neste dia final do ciclo, 14 de Março, o grupo teatral da Universidade da Beira Interior comemorou ainda 16 anos de existência. O Teatr’UBI levou um bolo de aniversário para o bar Sons e Sabores, convidando todos os espectadores dessa noite a participarem na festa.
“Escuta” – repetia sucessivamente a mulher inca aos espectadores, num cenário iluminado por velas e carregado de misticismo. Mamacona é uma peça de teatro que tem a particularidade de ser assistida em cima do palco, favorecendo um ambiente mais intimista e de maior interacção entre os actores e o público.
A Eleita para desposar o Deus-Sol, consagrada virgem, guia o espectador no seu caminho até ao Templo, apresentando os privilégios de se pertencer a uma raça superior, a raça Inca. O auto-sacrifício da Eleita permite queimar as misérias, salvar as colheitas e afastar o inimigo, motivações que justificam o auto-sacrifício em favor de uma raça. Retratando de forma fiel aquilo que seriam as cerimónias e os ritos do Império Inca, esta companhia teatral afirma ter tido muito trabalho de pesquisa e análise de obras sobre esta civilização.
A mulher inca, sempre recorrendo a movimentos corporais e à dança, toma então consciência do seu destino: a morte. Todavia, a morte não é senão um regresso à Mãe- -Terra, um retorno ao berço da Natureza. A Eleita acaba por se enforcar.
Depois de terminada a peça, e seguida da habitual tertúlia entre os actores e o público, procedeu-se à entrega do Prémio do Júri e do Prémio do Público. Nesta IX edição do Ciclo de Teatro Universitário da Beira Interior, o Prémio do Júri foi entregue ao Grupo de Teatro da Universidade de Barcelona, com a peça Don Quijote, l’abisme es un mirall infinit. Já o Prémio do Público foi atribuído ao Grupo de Teatro da Universidade Carlos III de Madrid, com o espectáculo Si yo fuera pianista. Ambos os prémios consistiram na atribuição de uma escultura da autoria do covilhanense Moreira das Neves, e de uma quantia monetária no valor de 250 euros, para o Prémio do Público, e de 500 euros, para o Prémio do Júri.
Neste dia final do ciclo, 14 de Março, o grupo teatral da Universidade da Beira Interior comemorou ainda 16 anos de existência. O Teatr’UBI levou um bolo de aniversário para o bar Sons e Sabores, convidando todos os espectadores dessa noite a participarem na festa.



Balanço positivo

Público e Júri atribuiram prémios os melhores grupos

“Tenho referido várias vezes as dificuldades que enfrentamos neste grupo de teatro e só quem anda nisto sabe o quão difícil é organizar o que quer que seja nesta cidade. Só o facto de termos conseguido realizar mais um ciclo de teatro já foi muito bom. Tudo o resto vem por acréscimo” – explicita Rui Pires, director do Teatr’UBI.
A falta de dinheiro e as limitações ao nível das condições técnicas para oferecer aos grupos convidados não constituem impedimento suficiente para abandonar esta iniciativa. Até porque o Teatr’UBI é o único grupo de teatro universitário do País que mantém consecutivamente um ciclo de teatro há já nove anos. “Há outros festivais em Portugal, mas não tão antigos. Organizam um ciclo num ano, interrompem dois. Nós, com poucos meios é certo, sempre conseguimos fazê-lo. Acho que isso se deve à força e ao desempenho dos alunos que constituem o grupo” – esclarece Rui Pires.
Ainda sem dados oficiais, o director do Teatr’UBI acredita que o IX Ciclo de Teatro Universitário da Beira Interior bateu recordes quanto ao número de assistência do público em relação às edições anteriores. “As expectativas foram superadas. Este ano veio gente nova e não só aquela que está habituada a ver teatro. É claro que queremos sempre ter mais público, embora saibamos que é impossível encher o Teatro-Cine, porque o Teatr’UBI não faz ballet, nem óperas” – salienta ainda.
O objectivo do Teatr’UBI é promover a troca e a partilha de experiências. E o final de mais um ciclo não os vai fazer parar. Já a partir do dia 14 de Abril, vão levar a sua peça Instantâneos a Aveiro, Ourense, Badajoz e Cáceres. Foram também convidados para apresentar de novo a peça A Ferida no Pescoço, uma produção do Teatr’UBI de 2003, na Corunha, no dia 30 de Abril. Em Maio visitarão ainda os palcos da capital portuguesa.