Os responsáveis pela Câmara do Fundão mostram-se bastante desagradados com a decisão de Sampaio
Escola Superior de Turismo
Frexes indignado com veto de Sampaio

Afinal, a criação de uma Escola Superior de Turismo no Fundão não é dado adquirido. É que o Presidente da República, Jorge Sampaio, vetou o diploma aprovado pelo anterior Governo. Manuel Frexes está indignado e diz que a decisão é “inaceitável”.


João Alves
NC / Urbi et Orbi


A criação da Escola Superior de Turismo do Fundão está em risco. E pode não passar apenas de uma intenção que tinha tudo acertado, mas que pode não sair do papel. É que o Presidente da República, Jorge Sampaio, vetou a decisão tomada pelo anterior Governo e ratificada a 4 de Dezembro pelo Conselho de Ministros, uma tomada de posição que segundo a Câmara fundanense constitui “um rude golpe contra o Fundão e esta região”. Este é, em duas semanas consecutivas, o segundo veto presidencial a projectos estruturantes para a região, como o Casino da Serra da Estrela.
O presidente da autarquia fundanense, Manuel Frexes, diz que tomou conhecimento da decisão com “profunda tristeza e indignação” e que desconhece os fundamentos ou razões que levaram a este veto. “Trata-se de uma decisão incompreensível, inaceitável e prejudicial para o Fundão, Região e País” afirma Frexes, que recorda a aposta do município no turismo como “alavanca” para o desenvolvimento da região. O autarca diz que o próprio Governo privilegia este sector, pelo que é necessária a qualificação de recursos humanos. Por isso foi aprovada a Escola de Turismo do Fundão, por parte do Instituto Politécnico de Castelo Branco que Frexes, recorda, era presidido por Valter Lemos, actual secretário de Estado da Educação.
“O Município alterou inclusive o seu projecto inicial a fim de proporcionar as instalações (que estarão prontas) para este curso poder funcionar já, a partir do ano lectivo 2005/2006, no próximo mês de Setembro” frisa Manuel Frexes, que adianta que a Escola “tinha e tem as condições para abrir portas”, recusando qualquer “precipitação” do anterior Governo na concretização do projecto que responde “a uma carência concreta do País”. O autarca diz que “não encontramos qualquer razão para esta decisão” e espera que o Governo “não venha dar o dito por não dito”, mantendo a criação da Escola. “Queremos acreditar que não existe qualquer intuito de perseguição política ao Fundão e à região” exclama Frexes, que pede explicações.
O autarca, porém, diz que “mantemos a nossa determinação na criação desta Escola” e promete “não baixar os braços”, pedindo ajuda a todos os fundanenses para que se unam nesta causa.
Recorde-se que na passada quarta-feira, 6, em Castelo Branco, a nova presidente do Politécnico, Ana Maria Vaz, afirmara que o Presidente da República, Jorge Sampaio, já solicitara ao ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, uma apreciação sobre a "importância da criação ou não da escola", adiantando no entanto que "a obra faz parte do desenvolvimento do IPCB até 2006", e deixando a garantia de que "a luta vai continuar para que este projecta se desenvolva e a escola seja efectivamente uma realidade".