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Olhar de uma outra forma para as potencialidades da Ribeira é um dos objectivos da associação

Pelo segundo ano consecutivo um dos objectivos que esteve na primeira linha de preocupações dos actuais e ex-dirigentes da Associação da Caçadores e Pescadores do Paul (ACPP), a concessão de pesca desportiva na Ribeira do Paul, está ser concretizado com a abertura da pesca no passado dia 2 de Abril.
Depois de chegar a temer-se que este ano os amantes da pesca não pudessem exercer a sua actividade devido ao tempo seco e à consequente falta de água no leito da ribeira, foi ultrapassado este cenário e o alvará concedido a esta associação local, passou a efectivar-se abrangendo parte da Ribeira do Paul, dividido em dois troços a saber: da Ponte de Madeira da Quinta da Cava até à ponte do Paul na estrada nacional 343 – 1, isto a montante da freguesia, enquanto a jusante o segundo troço começa na Ponte Nova da estrada de Casegas até à Ponte do Ourondo na estrada nacional 512, abrangendo assim as freguesias de Paul, Casegas e Ourondo, num extensão de aproximadamente 10 mil metros.
O exercício da pesca decorrerá às quartas-feiras, sábados, domingos e feriados nacionais entre o nascer e o pôr-do-sol, estando previsto a concessão de setenta licenças especiais diárias, distribuídas da seguinte forma: pescadores do concelho da Covilhã 21, nacionais 7, estrangeiros 7 e associados 35. Na área concessionada serão ainda constituídos sete sectores de aproximadamente 1429 metros cada, nos quais serão permitidos 10 pescadores em cada um dos sectores. Nas zonas denominadas praias fluviais (Erva Bonita, Ponte do Paul e do Ourondo), fica proibida a pesca. No entanto esta velha aspiração, traz como não podia deixar de ser à entidade concessionária responsabilidades acrescidas quanto à limpeza e preservação do mais importante recurso hídrico da freguesia - a ribeira do Paul.
Para Eric Guachard, o balanço da primeiro ano em que a ACPP teve a responsabilidade da concessão da pesca foi francamente positivo. “ Temos cerca de oitenta sócios pescadores, mas tivemos um boa afluência na concessão de pesca na época passada, isto para além de termos desenvolvido dois convívios de pescadores e procurado sensibilizar todos os pescadores para a defesa e preservação da ribeira que é património da vila” assegura o presidente da direcção desta colectividade paulense. Mas no último ano, outras mudanças ocorreram no quotidiano da ACPP, tal como explica o secretário da direcção José Fonseca. “ Celebrámos um protocolo com a Junta de Freguesia do Paul, visando a cedência das instalações da Fonte de Concelho, onde actualmente funciona a nossa sede social, é aqui que no final do dia os pescadores se encontram e convivem no pequeno bar da associação depois de entregar sua identificação e ficha de controlo quanto ao número de capturas realizadas”. Com efeito, este controlo permitiu à ACPP contabilizar no ano transacto o número de trutas pescadas que ascendeu a duas mil e setenta oito e, simultaneamente, fazer o repovoamento com o lançamento para a ribeira de mais duas mil trutas “ Fário” com a medida regulamentar de vinte dois centímetros.

Cada um é guarda

Objectivamente, os responsáveis querem de forma eficaz dinamizar a intervenção da ACPP no domínio da pesca sem perder de vista, a responsabilidade que atribuem a todos na preservação da ribeira. “ Temos um guarda auxiliar florestal para fiscalizar a área da reserva associativa de caça e a ribeira toda o que é manifestamente pouco. Por isso cada um deve assumir o papel de guarda da ribeira cumprindo e alertando outros companheiros para os cumprimentos das normas estipuladas” assevera Eric Guachard que de imediato prossegue e afirma: “ Este ano vamos ter a “pesca sem morte”, isto é o pescador depois de capturar o peixe volta a lança-lo à agua, obrigando-nos criar uma zona reservada para o efeito e onde haja naturalmente muito peixe para pescar. Esta é uma modalidade que visa essencialmente o convívio dos pescadores a dinamização da nossa sede e o equilíbrio das espécies piscícolas existentes na ribeira”.
Por outro lado, a limpeza da ribeira em conjunto com a autarquia local, a criação de um passeio pedonal entre a ponte do Paul e as Taliscas, construir uma ponte na zona do Espelho de Água a ligar as duas margens e fazer uma amostra da truta, serão outras das medidas que os dirigentes desta associação querem implementar no presente ano. Antes de terminar a sua intervenção neste trabalho, o presidente da direcção da ACPP, teceu duras criticas ao mau funcionamento da ETAR, que segundo a sua opinião é o principal agente de poluição da ribeira principalmente a jusante da Ponte Nova. “ O que vemos nesta zona da ribeira é verdadeiramente escandaloso por isso as autoridades competentes têm de uma vez por todas resolver esta situação se quisermos falarmos de uma ribeira despoluída” argumenta Eric Guachard.