Alexandre S. Silva
NC / Urbi et Orbi


O sector têxtil do distrito está ameaçado, diz o PCP

“É urgente que se accione de imediato a cláusula de salvaguarda específica para produtos finais mais sensíveis em Portugal”. É este o apelo dos dirigentes do PCP do distrito na sua próxima campanha em defesa do sector têxtil e intitulada “Antes que seja tarde”.
Na Covilhã e em Castelo Branco, os respectivos Centros de Trabalho anunciaram na passada semana, o início da campanha para dia 7 de Maio próximo. O objectivo é mobilizar o sector têxtil e a população em geral para sensibilizar o Governo a solicitar à Comunidade Europeia a tomada de medidas que impeçam o agravamento da crise na indústria de vestuário e confecções. Sector com uma presença significativa no distrito de Castelo Branco, em especial, na Cova da Beira.
Em causa está a liberalização do comércio internacional de têxteis e de vestuário, em vigor desde o início deste ano. Recorde-se que, ao abrigo da nova lei, os produtos asiáticos entram no mercado europeu a um preço muito reduzido em comparação com os fabricados no sul da Europa. Situação que tem deixado apreensivos os industriais nacionais.
O PCP pede, agora, ao Governo que solicite a aplicação da cláusula de salvaguarda específica “para não se tornar coveiro da indústria têxtil portuguesa”. Segundo os responsáveis comunistas, “é inaceitável que a Comissão Europeia, que até agora não fez nada para salvaguardar os têxteis dos países do sul da Comunidade, já tenha actuado na defesa de meia-dúzia de grandes empresas britânicas e alemãs da indústria química, criando taxas para a importação de produtos essenciais para a indústria de confecção que fica, assim, sujeita a custos mais elevados, e sem capacidade de concorrência com as produções asiáticas.
Depois de Carlos Carvalhas e Ilda Figueiredo terem levado, em anos anteriores, estas preocupações a Bruxelas, é agora a vez de Pedro Guerreiro apresentar um novo estudo à Comissão de Desenvolvimento Regional do Parlamento Europeu, onde é defendida a necessidade da “salvaguarda” e a criação de um programa comunitário de apoio e promoção do sector têxtil dirigido às regiões onde este tem forte presença, como é o caso da Cova da Beira.
A proposta também vai ser apresentada na Assembleia da República, acompanhada por um abaixo assinado que irá circular durante as acções da Campanha que, no dia 7 de Maio, tem início em Guimarães.
Na região, as iniciativas ainda não estão calendarizadas, mas podem passar, para além da distribuição de propaganda de sensibilização, por um fórum com vários agentes envolvidos no sector da região: trabalhadores, empresários, sindicatos, associações e técnicos.